Esta é mais uma semana em que dois clubes da Liga Portuguesa vão estar sob a orientação de treinadores provisórios: Chalana no Benfica e António Pinto no Leixões. Uma situação cada vez mais recorrente no futebol nacional e que começou a tornar-se famosa (sobretudo) na segunda metade da década de 90, quando Mário Wilson era o verdadeiro “bombeiro” de serviço no Estádio da Luz.
Não sei se inspirados pela situação do “velho capitão”, mas a verdade é que, neste momento, a maior parte dos clubes tem um “bombeiro” sempre pronto a assumir as equipas nos momentos de crise. Actualmente, o histórico treinador “interino” ainda em actividade é Carlos Cardoso, tantas vezes chamado para apagar fogos no Vitória de Setúbal. Mas esta “escola” de técnicos tem um representante mais moderno, que nas últimas três épocas tem tido os seus momentos de fama: o navalista Fernando Mira. Havia um outro nome que parecia querer rivalizar com o “bombeiro” da Figueira da Foz, mas entretanto decidiu dar outro rumo à sua vida. Refiro-me ao boavisteiro Pedro Barny. Além destes, há outros senhores que, de vez em quando, também aparecem nas fases de transição do antigo para o novo treinador. Exemplos: João Pinto e Rui Barros no FC Porto; João Cardoso e António Caldas no Braga; Basílio Marques no Vitória de Guimarães; e João Abel no Marítimo. Além, é claro, dos referidos no início. Mais dia, menos dia, surge mais um para acrescentar à lista: o Lázaro no Estrela da Amadora.
Muitos anos de casa, funções secundárias nas equipas técnicas, representantes da mística do clube e imposição dos presidentes são alguns pontos comuns entre estas figuras do futebol português. No entanto, por vezes levanta-se o dilema. Se conseguirem resultados positivos nos jogos que fazem, justifica-se a aposta neles como treinadores a médio/longo prazo? Na minha opinião, penso que não, na perspectiva de se salvaguardar a relação entre as duas partes. Veja-se o caso infeliz do Hélio no Vitória de Setúbal…
O Benfica-Sporting de 98/99
O Benfica-Sporting, na derradeira jornada do campeonato de 98/99, regista a situação mais caricata dos últimos anos, no que respeita a treinadores interinos. É que esse clássico teve dois treinadores totalmente improváveis: Shéu Han do lado do Benfica e Tomislav Ivkovic do lado do Sporting. Nem antes, nem depois, eles foram treinadores e tiveram o privilégio de orientar os grandes de Lisboa num dérbi. Shéu tinha substituído, dias antes, Graeme Souness, enquanto que Ivkovic tinha feito o mesmo em Alvalade, ocupando o vazio criado pela saída de Mirko Jozic.
3-3 foi o resultado. Kandaurov, Poborsky e Nuno Gomes marcaram para o Benfica. Iordanov, por duas vezes, e Rui Jorge fizeram os golos do Sporting.
Bruno Cabral
Não sei se inspirados pela situação do “velho capitão”, mas a verdade é que, neste momento, a maior parte dos clubes tem um “bombeiro” sempre pronto a assumir as equipas nos momentos de crise. Actualmente, o histórico treinador “interino” ainda em actividade é Carlos Cardoso, tantas vezes chamado para apagar fogos no Vitória de Setúbal. Mas esta “escola” de técnicos tem um representante mais moderno, que nas últimas três épocas tem tido os seus momentos de fama: o navalista Fernando Mira. Havia um outro nome que parecia querer rivalizar com o “bombeiro” da Figueira da Foz, mas entretanto decidiu dar outro rumo à sua vida. Refiro-me ao boavisteiro Pedro Barny. Além destes, há outros senhores que, de vez em quando, também aparecem nas fases de transição do antigo para o novo treinador. Exemplos: João Pinto e Rui Barros no FC Porto; João Cardoso e António Caldas no Braga; Basílio Marques no Vitória de Guimarães; e João Abel no Marítimo. Além, é claro, dos referidos no início. Mais dia, menos dia, surge mais um para acrescentar à lista: o Lázaro no Estrela da Amadora.
Muitos anos de casa, funções secundárias nas equipas técnicas, representantes da mística do clube e imposição dos presidentes são alguns pontos comuns entre estas figuras do futebol português. No entanto, por vezes levanta-se o dilema. Se conseguirem resultados positivos nos jogos que fazem, justifica-se a aposta neles como treinadores a médio/longo prazo? Na minha opinião, penso que não, na perspectiva de se salvaguardar a relação entre as duas partes. Veja-se o caso infeliz do Hélio no Vitória de Setúbal…
O Benfica-Sporting de 98/99
O Benfica-Sporting, na derradeira jornada do campeonato de 98/99, regista a situação mais caricata dos últimos anos, no que respeita a treinadores interinos. É que esse clássico teve dois treinadores totalmente improváveis: Shéu Han do lado do Benfica e Tomislav Ivkovic do lado do Sporting. Nem antes, nem depois, eles foram treinadores e tiveram o privilégio de orientar os grandes de Lisboa num dérbi. Shéu tinha substituído, dias antes, Graeme Souness, enquanto que Ivkovic tinha feito o mesmo em Alvalade, ocupando o vazio criado pela saída de Mirko Jozic.
3-3 foi o resultado. Kandaurov, Poborsky e Nuno Gomes marcaram para o Benfica. Iordanov, por duas vezes, e Rui Jorge fizeram os golos do Sporting.
Bruno Cabral