Enquadramento Futebol Português
Em Portugal, como se sabe, os anos 60 foram marcados por um domínio claro do Benfica que conseguia em 68 o segundo título do seu terceiro tricampeonato (o Benfica conseguiria uma série de 4 tricampeonatos intervalados por vitórias do Sporting). No Benfica, Mário Coluna contava já 33 anos e na equipa Eusébio marcava a diferença aparecia agora um jovem de 18 anos, Humberto Coelho. O Sporting foi segundo em 68, perdendo sobretudo pela prestação caseira e na sua, sobretudo por uma derrota caseira frente ao Setúbal e outro empate a zero frente ao modesto Tirsense. Nos leões despontava um talentoso guarda redes de 21 anos, Vítor Damas. Também para o FC Porto, 68 foi um ano importante. Os Dragões atravessavam o maior jejum da sua História e, 9 anos depois, voltavam a conquistar um título, vencendo a Taça de Portugal depois de derrotar o Benfica nas meias finais e o Setúbal na final, por 2-1. Nota ainda para os gloriosos tempos da Briosa de um jovem Artur Jorge que em 68 foi quarto classificado, depois de na época transacta ter conseguido um notável 2º lugar no campeonato.
A nível de performance Europeia, 68 marca o fim de uma época de protagonismo do futebol português a nível de clubes na Europa. Entre 61 e 68, Portugal conseguiu estar presente em 6 finais Europeias mas só repetiria nova presença nos anos 80.
Em Portugal, como se sabe, os anos 60 foram marcados por um domínio claro do Benfica que conseguia em 68 o segundo título do seu terceiro tricampeonato (o Benfica conseguiria uma série de 4 tricampeonatos intervalados por vitórias do Sporting). No Benfica, Mário Coluna contava já 33 anos e na equipa Eusébio marcava a diferença aparecia agora um jovem de 18 anos, Humberto Coelho. O Sporting foi segundo em 68, perdendo sobretudo pela prestação caseira e na sua, sobretudo por uma derrota caseira frente ao Setúbal e outro empate a zero frente ao modesto Tirsense. Nos leões despontava um talentoso guarda redes de 21 anos, Vítor Damas. Também para o FC Porto, 68 foi um ano importante. Os Dragões atravessavam o maior jejum da sua História e, 9 anos depois, voltavam a conquistar um título, vencendo a Taça de Portugal depois de derrotar o Benfica nas meias finais e o Setúbal na final, por 2-1. Nota ainda para os gloriosos tempos da Briosa de um jovem Artur Jorge que em 68 foi quarto classificado, depois de na época transacta ter conseguido um notável 2º lugar no campeonato.
A nível de performance Europeia, 68 marca o fim de uma época de protagonismo do futebol português a nível de clubes na Europa. Entre 61 e 68, Portugal conseguiu estar presente em 6 finais Europeias mas só repetiria nova presença nos anos 80.
Enquadramento Futebol Europeu
A nível de clubes, o final da década de 60 foi marcado pela confirmação da perda do poderio Espanhol que marcou o inicio das competições Europeias. De facto, depois de terem conquistado 13 Taças Europeias até 1966, os Espanhóis só voltariam às conquistas Europeias em 1979, com a Vitória do Barcelona na Taça das Taças. O futebol passava a contar com um domínio menos concentrado, mas onde se destacava o aparecimento britânico e germânico, bem como a ascendencia do futebol Holandês. No que respeita à Taça dos Campeões Europeus em particular assistia-se ao primeiro período de domínio do futebol Italiano, marcado por uma geração de grandes talentos. Os Italianos conquistaram 4 Taças dos Campeões em 7 anos, estando presentes em 5 finais.
Mas é sobre duas equipas muito particulares que vale mesmo a pena falar. O Celtic de 67 e o Manchester United de 68.
Em 67, na única final disputada em Portugal, o Celtic comandado por Jock Stein surpreendeu a Europa do futebol ao derrotar o poderoso Inter de Milão de Herrera. A estrela, Sandro Mazzola, abriu o marcador mas a equipa que ficaria conhecida como “Lisbon Lions” daria a volta, vencendo por 2-1. 12.000 adeptos deslocaram-se para assistir a uma vitória única pelo facto de ter sido conseguida com uma equipa em que apenas 1 jogador não era nascido em Glasgow. Algo impensável até naquele tempo.
Um ano mais tarde outra mítica equipa britânica haveria de fazer história. Desta vez, era o Mancheter United de Matt Busby que se tornava campeão europeu à custa de um desafortunado Benfica – que pela segunda vez jogava uma final em solo adversário, no caso em Wembley. O United conseguia um triunfo isolado precisamente 10 anos depois da tragédia de Munique que desfez o sonho de uma equipa de quem se dizia ser capaz de ombrear com o poderoso Real Madrid da altura. Na final, o United marcou primeiro pelo experiente Bobby Charlton, antes de Jaime Graça empatar e levar o jogo para prolongamento. Aí os ingleses mostraram-se mais fortes, concluindo com uma vitória por 4-1, num jogo em que se destacou um jovem talento de 22 anos chamado George Best e que lhe valeria o título de melhor futebolista Europeu nesse mesmo ano.
Qualificação
Pela primeira vez a qualificação para o Euro foi disputada com uma fase de grupos que antecedeu os quartos de final. Nos grupos o destaque vai para o afastamento da Checoslováquia (consequência de uma surpreendente derrota caseira frente à Irlanda, que qualificou a Espanha) e da Alemanha (que entregou a passagem à Jugoslávia após um escandaloso empate frente à Albania). Nos quartos de final, 4 embates muito interessantes disputados a duas mãos. A Inglaterra (campeã mundial) eliminou a detentora do título, Espanha, depois de ter vencido em casa, deu a volta ao marcador no Barnabéu, vencendo os Espanhóis por 1-2. A União Soviética virou a desvantagem que trouxera da Hungria (0-2), qualificando-se com um 3-0 em Moscovo. A Jugoslávia teve o apuramento mais fácil, ao golear a França por 5-1 em casa, após um empate em solo gaulês. Finalmente, a Itália bateu a Bulgária, invertendo em Nápoles o 2-3 que trazia da primeira mão, com um 2-0 final.
Quanto a Portugal – na altura terceiro classificado no Campeonato do Mundo – ficou-se pela fase de grupos, com uma prestação abaixo das expectativas, sendo 2º num grupo com a Bulgária, Noruega e Suécia. Os Portugueses não ganharam qualquer jogo com a Suécia e Bulgária, destacando-se a derrota em casa frente aos Suecos e o empate a 1, concedido no último minuto em Estocolmo.
Fase Final
À fase final chegaram quatro fortes Selecções do futebol Europeu, tendo os derradeiros jogos sido disputados em solo transalpino e com o factor casa, de novo, a ter efeito. Os Italianos venceram a muito custo, batendo a URSS apenas por sorteio, após 0-0, e qualificando-se para a final. A Jugoslávia, que vencera a Inglaterra com um golo muito perto do fim, foi o adversário, tendo estado a vencer desde o minuto 39, com um golo de Dzajic. Os Italianos empataram a 10 minutos do final, forçando a uma repetição da final, no mesmo Olímpico de Roma, dois dias depois. Aí, a história foi diferente e os Italianos resolveram cedo, com golos de Riva e Anastasi, garantindo uma vitória por 2-0.
À fase final chegaram quatro fortes Selecções do futebol Europeu, tendo os derradeiros jogos sido disputados em solo transalpino e com o factor casa, de novo, a ter efeito. Os Italianos venceram a muito custo, batendo a URSS apenas por sorteio, após 0-0, e qualificando-se para a final. A Jugoslávia, que vencera a Inglaterra com um golo muito perto do fim, foi o adversário, tendo estado a vencer desde o minuto 39, com um golo de Dzajic. Os Italianos empataram a 10 minutos do final, forçando a uma repetição da final, no mesmo Olímpico de Roma, dois dias depois. Aí, a história foi diferente e os Italianos resolveram cedo, com golos de Riva e Anastasi, garantindo uma vitória por 2-0.
Meias finais
Jugoslávia 1-0 Inglaterra
Itália *0-0 URSS
3º/4º Lugar
Inglaterra 2-0 URSS
Final
Itália 1-1 Jugoslávia
Itália 2-0 Jugoslávia (Repetição)
Equipas
Itália (Campeã)
Convém contextualizar. Olhando para a performance de Inter e Milan nos anos 60, podia perguntar-se: que é feito da Itália no Mundial de 66? A resposta tem um nome surpreendente mas que a nós até nos soa bastante bem: Coreia do Norte. Os Coreanos provocado o “choque” do Mundial ao bater os Italianos por 1-0 num jogo em que os “azzurri” só precisavam de um empate e a Nação regressou a casa num momento de profunda depressão. Feruccio Valcareggio é o nome que importa reter para explicar a reviravolta de acontecimentos. Como Seleccionador, Valcareggi manteve-se de 66 até 74, perdendo apenas... 6 jogos (onde se inclui a final do México 70). Valcareggi comandou uma equipa dominada por jogadores das duas potencias de Milão até à vitória em 68. Duas notas importantes para a Itália de Valcareggi: a adopção do libero (após essa opção praticada no Inter ter sido abandonada em 1966) e o dilema que gerou muita polémica em 1970 entre utilizar um dos “fantasisti”, partindo do princípio que as duas estrelas não podiam alinhar ao mesmo tempo. A escolha era entre Sandro Mazzola do Inter e Gianni Rivera do Milan.
Itália (Campeã)
Convém contextualizar. Olhando para a performance de Inter e Milan nos anos 60, podia perguntar-se: que é feito da Itália no Mundial de 66? A resposta tem um nome surpreendente mas que a nós até nos soa bastante bem: Coreia do Norte. Os Coreanos provocado o “choque” do Mundial ao bater os Italianos por 1-0 num jogo em que os “azzurri” só precisavam de um empate e a Nação regressou a casa num momento de profunda depressão. Feruccio Valcareggio é o nome que importa reter para explicar a reviravolta de acontecimentos. Como Seleccionador, Valcareggi manteve-se de 66 até 74, perdendo apenas... 6 jogos (onde se inclui a final do México 70). Valcareggi comandou uma equipa dominada por jogadores das duas potencias de Milão até à vitória em 68. Duas notas importantes para a Itália de Valcareggi: a adopção do libero (após essa opção praticada no Inter ter sido abandonada em 1966) e o dilema que gerou muita polémica em 1970 entre utilizar um dos “fantasisti”, partindo do princípio que as duas estrelas não podiam alinhar ao mesmo tempo. A escolha era entre Sandro Mazzola do Inter e Gianni Rivera do Milan.
Jugoslávia
Fazer uma ligação entre a Selecção quarta classificada no Mundial de 1962 e esta é um puro engano. Rajko Mitic comandou em 68 uma Selecção de jogadores muito jovens, onde o jogador mais velho tinha 27 anos. De resto esta era uma Selecção dominada por jogadores das equipas de Bélgrado – o Partizan (finalista da Taça dos Campeões em 66) e o Estrela Vermelha. Apesar da boa prestação desta Selecção, no Itália 68, a verdade é que nas décadas seguintes a Jugoslávia não repetiria os feitos dos anos 50 e 60.
Inglaterra
Campeão do mundo em título, Alf Ramsey, qualificou-se em grande estilo para o Euro 68 ao bater por duas vezes a Espanha. O treinador escolheu um elenco baseado naquele que dera a grande alegria à Nação 2 anos antes. Ramsey ficou conhecido na sua carreira por dar mais utilidade defensiva aos extremos, optando por um estilo menos lateralizado de jogar. A formação em 4-3-3 com que venceu o Mundial de 66 aproximava-se já muito do 4-4-2 que iria marcar o futebol inglês até aos dias que correm.
União Soviética
A primeira nota a salientar é a ausência de Lev Yashin. Este facto marca por si uma diferença em relação ao passado, mas não foi por isso que o perfil Soviético se alterou. A solidez defensiva voltou a ser a imagem de uma equipa que não conseguiu marcar 1 só golo nesta fase final, mas que, ainda assim, fica com a infelicidade de não ter passado à final, apenas, por sorteio. A má prestação da Selecção Soviética, no entanto, não significou a perda de preponderância de uma nação que, 4 anos mais tarde repetiria uma presença entre finalistas.
Estrelas
Dino Zoff – Se 68 foi o ano da ausência de Yashin, foi também a estreia de Dino Zoff. Ainda no Nápoles, aos 26 anos Zoff foi o titular da primeira e única conquista Europeia dos Italianos.
Giacinto Facchetti – Símbolo do Inter (onde foi Presidente) foi um jogador à frente do seu tempo. Adaptado por Herrera de central a lateral esquerdo, Facchetti ficou conhecido por um estilo ofensivo que apenas se repete com frequencia nos laterais do futebol moderno.
Sandro Mazzola – Filho de Valentino Mazzola, outro craque do futebol Italiano que morreu na catástrofe de Superga (desastre de avião que vitimou grande parte de uma famosa equipa do Torino), Sandro não ficou atrás do seu pai, sendo a grande referência ofensiva do Grande Inter e da Selecção. Mazzola era um veloz e talentoso jogador que podia jogar em várias posições do ataque.
Gianni Rivera – Não foi uma figura da competição por ter falhado a final por lesão, mas merece uma referência pela genialidade do seu futebol. Era um daqueles jogadores criativos que viviam apenas do talento, o que proporcionava algumas criticas em relação às atitudes defensivas. Estrela do Milan, o “Golden Boy” foi melhor jogador Europeu do ano em 1969.
Gigi Riva – Estranha a carreira, fiel ao Cagliari, de um dos maiores goleadores de sempre do Calcio. Riva era conhecido pelas suas capacidades físicas, bem como a mentalidade que fazia dele um goleador temível.
Gordon Banks – Outro grande guarda redes a desfilar entre os 4 finalistas. Na altura, com 30 anos, actuava no Stoke City e 2 anos mais tarde protagonizaria no México a famosa defesa que evitou o golo de Pelé.
Bobby Charlton – Jogador Europeu do ano em 66, Charlton entrava já na sua fase de veterania. Aos 30 anos comandou a Selecção após a conquista Europeia do Manchester United. Apontou o primeiro golo frente à URSS.
Alan Ball – Médio do Everton, era o mais jovem em 66 e o MVP da final. Em 68 era uma figura influente que, com 23 anos, permanecia como um dos mais jovens entre os eleitos de Ramsey.
Dragan Dzajic – Um dos melhores jogadores da história do futebol Sérvio, era um extremo driblador e rápido mas também um goleador ao ponto de ter sido quem mais marcou nesta fase final do Europeu (2 golos).
Vahidin Musemic – Tinha apenas 21 anos em 68 e viria a ser um dos melhores avançados da Selecção Jugoslava e do seu clube – o Sarajevo. Tinha no jogo de cabeça uma imagem de marca.