Milan – Arsenal
Já tinha aqui elogiado (como não?) esta equipa do Arsenal após o primeiro jogo, onde também referi que se desenganassem aqueles que pensavam que o Milan tinha controlado o jogo. Costuma-se dizer que a eliminatória está no intervalo após o primeiro jogo e, pois bem, o jogo de San Siro foi apenas isso, a segunda parte do que se havia passado no Emirates 15 dias antes.
O Arsenal manteve o brilhantismo do seu futebol, com uma posse de bola de qualidade impressionante, sustentada pela técnica dos seus executantes – obviamente – mas sobretudo pela dinâmica harmoniosa com que estes se movimentam. Ofensivamente, um futebol apoiado onde se destacam os movimentos verticais dos laterais e dos médios, mas sempre com uma noção ajustada dos equilíbrios posicionais que devem ser preservados para as transições defensivas. Defensivamente, um sentido posicional muito forte da linha mais recuada e uma solidariedade importante da linha média, sempre muito agressiva nas bolas divididas e pronta a pressionar quando tal se justifica. Sendo uma equipa filosoficamente ofensiva, o Arsenal não tem qualquer problema em baixar o bloco quando tal é necessário. Nuances tácticas são quase nulas. O sistema e o modelo repetem-se porque funcionam. Não é, ao contrário do que leio muitas vezes, por os adversários conhecerem a forma como jogamos que nos tornamos previsíveis. Desde que haja dinâmica suficiente...
Do outro lado um Milan que necessita de uma revisão de processos. Que é uma equipa experiente, sem dúvida. Capaz de vencer em 90 minutos qualquer equipa do mundo. Mas não é, de forma nenhuma, uma das mais consistentes do futebol mundial na actualidade. O seu trajecto na Serie A nas últimas duas temporadas tem sido desastroso ao ponto de ser quase certo que ficará fora do pódio por dois anos consecutivos e uma forte probabilidade a sua ausência da Champions em 08/09.
Defensivamente, já se sabe, é experiente, sabe bem os momentos em que deve pressionar ou baixar o bloco. Mas ofensivamente está exageradamente dependente de dois tipos de acções: (1) as transições que tentam tirar partido das explosões de Kaká – sempre em posição central para receber o primeiro passe após a recuperação. (2) um jogo mais directo, tentando tirar partido da capacidade de passe dos seus jogadores mais recuados (particularmente Pirlo) e da qualidade dos movimentos dos avançados (no caso Inzaghi e Pato). São armas mortíferas, mas quando anuladas a equipa parece não ter qualquer dinâmica que lhe sirva de alternativa.
O jogo foi um espectáculo de posse de bola ofensiva do Arsenal, intervalado por alguns rasgos de improvisação do Milan (com as tais acções que identifiquei). Qualquer equipa podia ter chegado ao golo, mas não consigo deixar de pensar que se fez justiça com o pontapé de Fabregas, numa fase em que, curiosamente, era o Milan quem finalmente conseguia fazer posse no meio campo contrário. Curiosamente, o Arsenal matou com a arma do adversário: em transição!
Já tinha aqui elogiado (como não?) esta equipa do Arsenal após o primeiro jogo, onde também referi que se desenganassem aqueles que pensavam que o Milan tinha controlado o jogo. Costuma-se dizer que a eliminatória está no intervalo após o primeiro jogo e, pois bem, o jogo de San Siro foi apenas isso, a segunda parte do que se havia passado no Emirates 15 dias antes.
O Arsenal manteve o brilhantismo do seu futebol, com uma posse de bola de qualidade impressionante, sustentada pela técnica dos seus executantes – obviamente – mas sobretudo pela dinâmica harmoniosa com que estes se movimentam. Ofensivamente, um futebol apoiado onde se destacam os movimentos verticais dos laterais e dos médios, mas sempre com uma noção ajustada dos equilíbrios posicionais que devem ser preservados para as transições defensivas. Defensivamente, um sentido posicional muito forte da linha mais recuada e uma solidariedade importante da linha média, sempre muito agressiva nas bolas divididas e pronta a pressionar quando tal se justifica. Sendo uma equipa filosoficamente ofensiva, o Arsenal não tem qualquer problema em baixar o bloco quando tal é necessário. Nuances tácticas são quase nulas. O sistema e o modelo repetem-se porque funcionam. Não é, ao contrário do que leio muitas vezes, por os adversários conhecerem a forma como jogamos que nos tornamos previsíveis. Desde que haja dinâmica suficiente...
Do outro lado um Milan que necessita de uma revisão de processos. Que é uma equipa experiente, sem dúvida. Capaz de vencer em 90 minutos qualquer equipa do mundo. Mas não é, de forma nenhuma, uma das mais consistentes do futebol mundial na actualidade. O seu trajecto na Serie A nas últimas duas temporadas tem sido desastroso ao ponto de ser quase certo que ficará fora do pódio por dois anos consecutivos e uma forte probabilidade a sua ausência da Champions em 08/09.
Defensivamente, já se sabe, é experiente, sabe bem os momentos em que deve pressionar ou baixar o bloco. Mas ofensivamente está exageradamente dependente de dois tipos de acções: (1) as transições que tentam tirar partido das explosões de Kaká – sempre em posição central para receber o primeiro passe após a recuperação. (2) um jogo mais directo, tentando tirar partido da capacidade de passe dos seus jogadores mais recuados (particularmente Pirlo) e da qualidade dos movimentos dos avançados (no caso Inzaghi e Pato). São armas mortíferas, mas quando anuladas a equipa parece não ter qualquer dinâmica que lhe sirva de alternativa.
O jogo foi um espectáculo de posse de bola ofensiva do Arsenal, intervalado por alguns rasgos de improvisação do Milan (com as tais acções que identifiquei). Qualquer equipa podia ter chegado ao golo, mas não consigo deixar de pensar que se fez justiça com o pontapé de Fabregas, numa fase em que, curiosamente, era o Milan quem finalmente conseguia fazer posse no meio campo contrário. Curiosamente, o Arsenal matou com a arma do adversário: em transição!
Man Utd – Lyon
A primeira nota vai para o Lyon. Montada em 4-3-3, com um trio de jogadores rápidos e talentosos na frente (Ben Arfa e Govou nas alas, Benzema ao centro), podia pensar-se que o OL fosse por em sentido a defensiva do United. Puro engano. Em desvantagem na eliminatória, Perrin optou por montar uma estratégia exageradamente defensiva, sustentada por um bloco baixo que pressionava sobretudo em largura e muito pouco em profundidade. Transições, quase zero no primeiro tempo, com Govou e Ben Arfa demasiado concentrados em defender e Benzema a ficar evidentemente abandonado. Assim, tivemos um jogo de sentido único, com um Manchester não muito inspirado mas com a sabedoria necessária para não se entusiasmar demasiado com o recuo adversário, mantendo-se sempre suficientemente equilibrado. Não foi por isso surpresa que uma confusão na área acabasse por dar o 30º(!!) golo de Ronaldo na temporada e o primeiro no jogo, como reflexo de um domínio pouco brilhante mas total.
No segundo tempo, o Lyon lá tentou fazer um pouco mais mas sem exagerar, claro. Ferguson lançou Tevez para aproveitar o espaço entre linhas que agora se criava e em transição o United podia, não fosse a tal desinspiração, ter feito mais golos. Quanto ao Lyon, passou demasiado tempo a defender algo que nunca teve e apenas um lance isolado de Keita (que entrou no segundo tempo) chegou a assustar Old Trafford.
A primeira nota vai para o Lyon. Montada em 4-3-3, com um trio de jogadores rápidos e talentosos na frente (Ben Arfa e Govou nas alas, Benzema ao centro), podia pensar-se que o OL fosse por em sentido a defensiva do United. Puro engano. Em desvantagem na eliminatória, Perrin optou por montar uma estratégia exageradamente defensiva, sustentada por um bloco baixo que pressionava sobretudo em largura e muito pouco em profundidade. Transições, quase zero no primeiro tempo, com Govou e Ben Arfa demasiado concentrados em defender e Benzema a ficar evidentemente abandonado. Assim, tivemos um jogo de sentido único, com um Manchester não muito inspirado mas com a sabedoria necessária para não se entusiasmar demasiado com o recuo adversário, mantendo-se sempre suficientemente equilibrado. Não foi por isso surpresa que uma confusão na área acabasse por dar o 30º(!!) golo de Ronaldo na temporada e o primeiro no jogo, como reflexo de um domínio pouco brilhante mas total.
No segundo tempo, o Lyon lá tentou fazer um pouco mais mas sem exagerar, claro. Ferguson lançou Tevez para aproveitar o espaço entre linhas que agora se criava e em transição o United podia, não fosse a tal desinspiração, ter feito mais golos. Quanto ao Lyon, passou demasiado tempo a defender algo que nunca teve e apenas um lance isolado de Keita (que entrou no segundo tempo) chegou a assustar Old Trafford.