22.3.08

A primeira final...

ver comentários...

O futuro confirmará ou não a importância desta competição no panorama futebolísco Nacional, mas para já não tenho dúvidas de que esta se tornará numa final lembrada de forma especial, precisamente por ser a primeira. Este é um factor que trás motivação acrescida e com um impacto particular nos jogadores e adeptos Vitoriano. No que diz respeito ao Sporting, a pressão do curto prazo acaba por adquirir uma importância que ofusca essa motivação de ser o primeiro a assinar o livro de vencedores da prova

Setúbal

Do lado do Setúbal a estratégia não será difícil de prever. O Vitória juntará a tendência natural do Sporting para tentar ser dominador à responsabilidade implícita de o ser para fazer da principal virtude do seu jogo, também a sua arma preferencial para chegar à vitória na final. Estou a falar, obviamente, da transição ofensiva. Carvalhal não terá com certeza qualquer problema em ver a sua equipa recorrer a um bloco baixo, convidando o Sporting a tentar entrar com a bola numa zona densamente preenchida e onde os espaços são escassos, proporcionando assim as condições ideias para que uma atitude pressionante resulte em sucessivas recuperações de bola. A qualidade de execução de Pitbul será depois a referência do primeiro passe para dar seguimento às transições que visam aproveitar com rapidez e organização o espaço que o Sporting possa conceder.
Sobre o Setúbal importa referir que a equipa de hoje não tem as mesmas armas ofensivas daquela que brilhou primeira metade da temporada. As ausências de Edinho e sobretudo Matheus retiram qualidade e profundidade à fase ofensiva Sadina e, ainda neste aspecto, há a curiosidade para saber se Carvalhal iniciará o jogo com uma ou duas pedras para acompanhar Pitbul na frente. É provável, digo eu, que deixe alguma alteração estrutural estrategicamente preparada para ser lançada durante a partida, com o objectivo de perturbar as referências defensivas definidas pelo Sporting a partir do inicio do jogo. De resto, "concentração" terá certamente sido uma palavra muito repetida nas palestras de Carvalhal que sabe que errando menos o Vitória terá muito mais hipóteses de ser bem sucedido.

Onze : Eduardo; Janício, Auri, Robson, Jorginho; Sandro, Elias, Ricardo Chaves; Bruno Ribero; Pitbul, Bruno Gama.


Sporting

Pela primeira vez em muito tempo o Sporting reúne condições ideais para realizar uma boa exibição. Em termos de jogadores disponíveis, Paulo Bento tem um panorama bastante positivo tendo em conta o que foi a história desta temporada e, depois, a equipa teve a rara oportunidade de ter 5 dias de intervalo entre dois jogos, o que permite não só recuperar do último jogo como ainda destinar algumas sessões de treino para a preparação da final.
A equipa tem demonstrado dificuldades em vários aspectos do seu jogo e terá de os corrigir globalmente se quiser levar de vencido um Vitória que se espera totalmente concentrado para a partida. Começo por aí, a concentração. Errar pouco é algo que o Sporting não tem conseguido fazer de forma continuada, tendo comprometido vários jogos por detalhes. Uma final, já se sabe, começa-se a ganhar (ou perder) precisamente por aí.
Depois as dificuldades defensivas da equipa. A presença de Grimi é um alívio tendo em conta as dificuldades reveladas por Ronny ao longo da época, mas o Sporting tem demonstrado igualmente bastantes dificuldades em tornar eficiente a profundidade do seu pressing. Tentando defender o mais cedo possível no campo, a equipa cria demasiados buracos entre as suas linhas e, não tenho dúvidas, este será um ponto que Carvalhal tentará explorar com as movimentações de Pitbul. Escrevi-o após o último jogo com o Nacional, parece-me que se o bloco não consegue ser eficiente a pressionar em profundidade, deve em alguns momentos proteger-se mais, unindo mais as linhas, retirando profundidade ao seu pressing, mas mantendo-se mais compacto. Outro aspecto evidentemente fundamental e potencialmente determinante será a reacção ao momento de perda da bola, ou seja, anular as transições do Vitória. Prevejo que Paulo Bento peça aos seus jogadores uma reactividade agressiva e imediata à perda de bola, bem como muita atenção aos equilíbrios posicionais em posse.
Finalmente, a fase ofensiva. Importante e determinante será a primeira fase do jogo leonino. O Sporting terá, obviamente de ser dinâmico e incisivo, mas será muito importante não cometer erros no primeiro passe, algo em que o Sporting tem falhado nos últimos jogos, com prejuízos sobretudo visíveis na visita a Guimarães. Neste aspecto o regresso de Veloso pode ser importante. Mas é na fase criativa que surge a dúvida para o jogo. A subida de forma de Pereirinha abre uma dúvida e pela primeira vez a presença de Romagnoli pode estar em dúvida para o melhor onze. Já o disse e repito (mesmo admitindo alguma dificuldade do argentino em ser consistente, sobretudo perante uma maior sobrecarga de jogos), os movimentos laterais de Romagnoli são parte importante do jogo do Sporting e não há ninguém no plantel leonino que os consiga protagonizar com a mesma qualidade. Por isso aposto na utilização de Izmailov como arma para Paulo Bento lançar numa fase mais adiantada da partida e na manutenção do argentino no onze. Ainda na fase ofensiva é importante destacar a combinação de agressividade e qualidade que é dada pela dupla Liedson-Vukcevic, um potencial catalizador de erros para a defesa vitoriana.

Onze : Patrício; Abel, Tonel, Polga, Grimi; Veloso, Moutinho, Pereirinha, Romagnoli; Vukcevic, Liedson.

AddThis