Na última jornada europeia confirmou-se a perda do tão ambicionado 6º lugar no Ranking da Uefa. Um facto que poderia indiciar algum abaixamento da performance portuguesa na Europa mas que, na realidade, mais não é do que uma consequência quase inevitável do aumento do número de clubes nacionais a participar nas provas da Uefa, precisamente pela subida de Portugal no ranking. Mas vamos à análise do gráfico, por partes, e com a nota prévia de que não se pretende fazer a comparação entre Portugal e os restantes 3 países, o que seria no minímo ingrato para os clubes lusos face à disparidade de condições.
Performance Portuguesa
Quando Portugal atingiu no inicio da década pontuações elevadíssimas percebeu-se que muito dificilmente se poderiam repetir aqueles valores com a integração de mais equipas. O que se passou a seguir não envergonha em nada as essas prestações positivas. É certo que não se repetiram individualmente os triunfos do FC Porto mas desde 2003 que Portugal tem pelo menos 1 equipa entre as últimas 16 presentes nas competições da Uefa. O problema naturalmente é que esta competitividade é quase que exclusivamente oferecida pelos 3 grandes, sendo que com algumas excepções (particularmente Boavista e Braga) as restantes equipas parecem sempre impotentes logo em fases precoces da sua participação. O que tem acontecido confirma uma performance acima das potencialidades (leia-se condições financeiras) do futebol português, mas igualmente uma incapacidade gritante para realisticamente se poder exigir mais.
Performance das 3 melhores ligas
O primeiro aspecto a realçar prende-se com o poderio crescente dos clubes Espanhoi e Ingleses nos últimos anos, atingindo de forma consistente valores que não se verificavam anteriormente – aqui é importante ter em conta o aumento de número de clubes e o modelo de grupos, quer da Champions, quer mais recentemente da Taça Uefa. A segunda nota vai para a subida progressiva da Inglaterra que, há 10 anos não se distanciava muito dos valores do futebol e Português e hoje ameaça superar o poderio assumido pela Espanha desde o inicio da década. Aqui é fundamental a importação de qualidade conseguida pelas receitas astronómicas da Premier League. Nota, em sentido contrário, para a Itália que não conseguiu o aumento sustentado das outras grandes ligas no inicio desta década. Com o regresso da Juventus e o estabilizar do Calcio depois dos escandalos recentes, será curioso perceber que caminho leva este que já foi o futebol dominador da Europa.