10.10.13
Só o Gil tem surpreendido mais do que o Sporting!
Recupero este de tipo de análise de outras ocasiões. A ideia é comparar a performance real das equipas com a expectativa que sobre elas havia a cada jogo. Para tal, recorro aos prémios médios oferecidos pelas casas de apostas para cada jogo, sendo possível a partir dessa avaliação retirar quer as expectativas, quer de pontos, quer de golos marcados e sofridos por cada equipa. No passado, fiz esta análise centrada nos treinadores, e poderei voltar a essa abordagem no futuro, até porque me parece ser mais interessante. Nesta altura, porém, ainda não houve jogos após alterações no comando técnico das equipas (à excepção do caso de Van der Gaag, claro), sendo por isso indiferente centrar a análise nas equipas ou nos treinadores.
Relativamente aos resultados, é interessante o caso do Gil Vicente, que foi uma equipa já aqui destacada pelo bom aproveitamento pontual que tinha tido nas primeiras jornadas, apesar das enormes dificuldades sentidas durante os jogos. Também em destaque, e de forma menos surpreendente, surgem Sporting, Estoril, Nacional e Guimarães. Em sentido inverso, os casos de Paços de Ferreira e Académica confirmam as dificuldades neste inicio de temporada.
No que respeita aos "grandes", o caso do Sporting é naturalmente o que justifica maior realce, tanto pela superação das expectativas pontuais, como na óptima produtividade ofensiva, com quase mais 7 golos marcados, relativamente ao que seria esperado. O caso do Porto aparece algo condicionado pelas elevadas expectativas que já existem sobre a equipa de Paulo Fonseca. Por exemplo, mesmo que o Porto tivesse somado os 21 pontos possíveis, esse registo não seria suficiente para superar a performance relativa do Gil Vicente. Já para o Benfica, as expectativas não justificam tudo, e mesmo com um inicio de época complicado, a performance da equipa de Jesus tem ficado aquém do esperado em todos os indicadores, com especial realce para o número de golos marcados, muito inferior ao que se pensava ser possível.
Finalmente, nota para a primeira "chicotada" na Liga, de José Mota no Setúbal. A meu ver, é uma decisão difícil de entender. Ou seja, é legítima a preferência por um estilo diferente do ex-treinador pacense, mas se essa fosse a explicação, então não faria sentido ter iniciado a temporada, porque se há estilo que não representa novidade é precisamente o de José Mota. Nesta altura, o desempenho do Setúbal não era brilhante, com dificuldades sobretudo ao nível do desempenho defensivo, mas se formos argumentar sobre um "falhanço" de José Mota, então também teríamos de entender o mesmo para um grupo bastante mais vasto de casos na primeira liga portuguesa.