3.10.13
A estranha estratégia de Jesus!
Não está em causa a derrota, nem sequer a superioridade do PSG. Perder em Paris, nos dias que correm, tem de facto de ser considerado normal. O que é mais preocupante, porém, é a impotência gritante que o Benfica revelou perante o seu adversário. E, aqui, mais do que uma chuva de oportunidades do PSG, há que sublinhar a facilidade com que os parisienses jogaram, como e onde quiseram. Porque se é verdade que as oportunidades até nem foram assim tantas, também me parece indiscutível que essa nunca foi a prioridade da equipa de Laurent Blanc, a partir do momento em que se viu em vantagem, logo aos 4'.
E aqui, entramos na estratégia de Jesus, que é o que torna tudo um pouco mais grave para o Benfica. Porque se o PSG teve uma enorme capacidade em circular a bola, terminando com um número assustador de passes, isso aconteceu quando o Benfica tentou precisamente fazer um condicionamento, forte e a todo o campo, da posse adversária. Ou seja, o que aterroriza não é tanto o domínio do PSG, mas a incapacidade do Benfica para o anular, tendo-o tentado fazer desde a primeira hora.
Confesso que não me surpreendeu a alteração na estrutura defensiva, nomeadamente com a inclusão de 3 médios, porque fiquei com a convicção de que Jesus o faria nesta ocasião, desde a sua reacção após o jogo em Nápoles na pré época. Também não surpreende o acompanhamento individual dos extremos aos laterais adversários, porque não é a primeira vez que o treinador recorre a essa estratégia. O que me surpreende, porém, é a postura pressionante que foi pedida aos 2 médios mais adiantados (Matic e Djuricic), muito arrojada e expondo completamente o pivot nas suas costas. Os resultados estão à vista de todos, com uma incapacidade tremenda do Benfica em retirar eficácia dessa estratégia, o que abriu depois uma imensidão de espaço para jogar nas costas dessas unidades mais adiantadas. Mas há aqui que fazer duas constatações para além da identificação do que era pretendido: a primeira é a qualidade da circulação baixa do PSG, com um grande envolvimento dos médios; a segunda é a incapacidade pressionante dos 3 elementos do Benfica. É claro que é fácil criticar uma estratégia depois desta não ter resultado, mas a questão aqui passa mais por perguntar se 1) Jesus esperava grande eficácia pressionante ao isolar um tridente que incluía Cardozo e Djuricic? 2) Pode o treinador lamentar-se da equipa não ter sido capaz de controlar os movimentos de Ibrahimovic, quando a sua estratégia passou precisamente por abrir o espaço onde este gosta de aparecer?
E, daí, a estranheza por esta opção...