24.10.13

Benfica: a gritante falta de intensidade e a linha de 6

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Relativizando com o grau de dificuldade, não me parece descabido considerar esta a pior exibição do Benfica na temporada. Ou melhor, os piores 45 minutos, porque as condições de jogo determinaram uma segunda parte de contexto demasiado atípico para ser comparável. Não se trata aqui de subestimar o Olympiakos - que, aliás, até mostrou mais qualidade do que o próprio Benfica - mas antes de considerar que aquilo que fez o Benfica ficou demasiado aquém das suas possibilidades. Em particular, foi absolutamente surpreendente a falta de intensidade revelada pelos jogadores. E por "intensidade", não me refiro à velocidade ou agressividade, mas à concentração e contundência com que os jogadores abordaram cada jogada. Era, por exemplo, difícil projectar que um jogador como Matic pudesse acumular tantas perdas de risco em apenas 45 minutos. A surpresa torna-se ainda mais vincada se considerarmos a competição em causa, sendo que à partida seria mais difícil ver jogadores tão desligados do jogo.

É pela falta de intensidade que tem de passar, sempre, a grande explicação para o mau resultado e, sobretudo, para a paupérrima exibição na primeira parte. Ainda assim, não quero deixar de destacar a forma como o Benfica, mais uma vez, posicionou defensivamente os seus extremos, pedindo-lhes um acompanhamento individualizado aos laterais contrários, nem que para isso terminassem colados à linha defensiva (formando uma linha defensiva de 5 ou 6 elementos, o que é um cenário bastante atípico seja onde for). A ideia de Jesus é óbvia e passa por evitar desequilíbrios nos flancos provocados pelos laterais contrários. O preço a pagar por todo este rigor é que me parece ser mais questionável. Ou seja, várias vezes o Benfica vê os seus extremos atraídos para um posicionamento demasiado aberto e que potencia completamente o espaço para o adversário jogar no corredor central, isolando e limitando a acção defensiva de médios e avançados. Enfim, é uma opção estratégica, que não é observável em todos os jogos, que é até interessante do ponto de vista da análise, mas que, repito, me parece ter um preço excessivo nas limitações que implica para a presença no espaço interior.

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