- No Dragão, o Porto não começou bem. Aliás, a sua entrada podia ter comprometido uma eliminatória que acabaria praticamente resolvida no final do jogo. A verdade é que houve 2 indícios que sempre estiveram presentes e que acabariam por se revelar decisivos no volte face que o jogo conheceu. O "pressing" e a instabilidade da zona central da defensiva russa (Rojo a central?!). A sua posse, por outro lado, foi o que mais contribuiu na tal entrada adormecida, mas também nesse plano a equipa cresceu. Fundamental, mesmo, foi o primeiro golo, que atraiu o Spartak para menores níveis de organização e lucidez, abrindo mais espaços e possibilitando uma verdadeira "avalanche" de oportunidades portistas na segunda parte. Destaque, aí, para as dificuldades dos russos na resposta a cruzamentos. Quer no controlo de Falcao (voltou a mostrar que é neste tipo de movimentos que é realmente um fora de série), quer, mesmo, na resposta às bolas paradas. Há que começar a pensar nas meias finais...
- Na Luz, impressionante intensidade do Benfica desde o minuto inicial. Há que notar a importância do público para que a equipa pudesse recuperar níveis de motivação, entusiasmo e confiança, que tanto parecem condicionar a qualidade do seu jogo. Se tivéssemos um Benfica em fase positiva, provavelmente o pesadelo do PSV teria sido ainda maior. Fortíssima intensidade, sobretudo visível na reacção à perda e na rapidez de desdobramento ofensivo. Ainda assim, o PSV, creio, justificou o golo, mesmo contando com o erro de Roberto. É que o Benfica voltou a não estar muito bem na tentativa, que me pareceu deliberada, de gerir o jogo e controlar o adversário. Valeu o último fôlego, embora seja da opinião de que mesmo com a margem mínima, o Benfica continuaria a ter um forte favoritismo para sair vencedor desta eliminatória.
- Quanto ao jogo do Braga, não pude ver. Foi um bom resultado, mas não foi ainda feito o mais difícil. Nesta altura, porém, é impossível considerar o Dinamo favorito, se atendermos ao currículo caseiro do Braga de Domingos. Não pára de espantar, o Braga. Não é pela história que é um feito incrível. É, isso sim, pela conjugação de uma absurda diferença de orçamentos e uma anormal série de contrariedades e perdas desde o inicio da época. Que mais terá para nos oferecer?!
- "O "ouro" do sorteio está nos países baixos!", escrevi na antevisão do sorteio dos quartos de final. A escola holandesa actual esteve em discussão aí, mas também no perfil dos treinadores que se lançaram nas "eleições" do Sporting. O liga holandesa tem boa qualidade individual (bem melhor que a portuguesa, em termos médios) e um grande enfoque na posse e no jogo em apoio, como se viu, aliás, no caso do PSV. O ponto - e volto a insistir nisto - é que o futebol não se define pelo enfoque que se dá a um estilo, mas sim pela capacidade e coerência que as equipas apresentam em todos os momentos que o jogo tem. Confesso que me espanta como certo tipo de ideias líricas continuam a ser "vendidas" em tantas prosas sobre o jogo...