De forma quase unânime, reconheceu-se que o chavão "jogo de duas partes distintas" servia na plenitude para retratar a partida. Ou melhor, os primeiros 90 minutos da partida. É sobre essa diferença que quero falar, abordando um pormenor táctico que, não sendo a obviamente a única explicação (raramente há apenas "uma" explicação), parece-me que é aquela que mais contribuiu para o súbito acréscimo de dificuldades do Real Madrid, na segunda parte...
Convém, primeiro, constatar que o jogo do Barcelona não é simétrico. Aliás, é deliberadamente assimétrico. Nesta assimetria, o lado esquerdo é aquele que mais qualidade atrai, quer a bola saia pela direita, quer pela esquerda. Porque é o lado para onde cai o médio que maior profundidade oferece, Iniesta, porque é o lado por onde entra Piqué, sempre que tenta criar superioridade com bola, e porque é esse o destino dos movimentos mais fortes de Messi, vindo da direita, em diagonal, e escondendo a bola com o seu pé esquerdo das sucessivas tentativas de desarme.
Perante esta situação, revelou-se completamente diferente a utilidade do posicionamento de Pedro. Na primeira parte, colando-se à esquerda, raramente jogou ou criou algum tipo de problemas ao Real Madrid. Pelo contrário, com Villa permanentemente a cair no espaço dos centrais e Messi a baixar para dar apoio à construção, Arbeloa tornou-se um elemento preponderante no encurtamento dos espaços interiores, posicionando-se muito perto de Ramos e mesmo dos próprios médios.
Na segunda parte, Pedro apareceu do outro lado, precisamente nas costas de Arbeloa. A diferença foi enorme, como se pode constatar nas imagens. Quando o jogo entrava directamente na esquerda, Arbeloa era "arrastado" para a ala, abrindo espaços de penetração de que Iniesta não tinha usufruído na primeira parte. Quando, por outro lado, a bola entrava na direita e se protagonizavam as habituais diagonais em direcção ao corredor contrário, Pedro surgia como uma alternativa extra para o passe. Algo que, mais uma vez, na primeira parte não tinha acontecido.
Foi um pormenor que, como é fácil perceber, terá sido determinante, mas que não vi abordado nas análises dos treinadores. Será, por isso, um dado interessante de acompanhar nos próximos capítulos desta empolgante série de duelos.
Perante esta situação, revelou-se completamente diferente a utilidade do posicionamento de Pedro. Na primeira parte, colando-se à esquerda, raramente jogou ou criou algum tipo de problemas ao Real Madrid. Pelo contrário, com Villa permanentemente a cair no espaço dos centrais e Messi a baixar para dar apoio à construção, Arbeloa tornou-se um elemento preponderante no encurtamento dos espaços interiores, posicionando-se muito perto de Ramos e mesmo dos próprios médios.
Na segunda parte, Pedro apareceu do outro lado, precisamente nas costas de Arbeloa. A diferença foi enorme, como se pode constatar nas imagens. Quando o jogo entrava directamente na esquerda, Arbeloa era "arrastado" para a ala, abrindo espaços de penetração de que Iniesta não tinha usufruído na primeira parte. Quando, por outro lado, a bola entrava na direita e se protagonizavam as habituais diagonais em direcção ao corredor contrário, Pedro surgia como uma alternativa extra para o passe. Algo que, mais uma vez, na primeira parte não tinha acontecido.
Foi um pormenor que, como é fácil perceber, terá sido determinante, mas que não vi abordado nas análises dos treinadores. Será, por isso, um dado interessante de acompanhar nos próximos capítulos desta empolgante série de duelos.