8.5.07

Porto - Nacional: Mais perto...

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Entre o calendário que o sorteio reservou para a 28ªjornada dos grandes, era o jogo potencialmente mais interessante. O Nacional é um opositor bem mais capaz do que os momentos penosos de Setúbal e Naval e, sobre o próprio FC Porto residia alguma curiosidade. Curiosidade para atestar a reacção da equipa às ausências, à derrota e à coexistência com a exigência do seu público.

Jesualdo frisou-o no final e estou de acordo. O conjunto equipa-público correspondeu à melhor das expectativas, jogando bem e não se enervando com o tardar do golo. Às ausências de Quaresma e Bruno Alves, Jesualdo respondeu com Anderson e João Paulo, contando ainda com os regressos de Lisandro, Assunção e Fucile ao onze. O treinador teve ainda a inteligência de não prender o 10 à linha, adaptando-o a uma posição mais interior, em conformidade com as suas potencialidades.
Para além da normal organização colectiva, o Porto apresentou-se intenso na partida, denotando uma grande vontade de o ganhar. A dinâmica do conjunto foi boa, mas do jogo do Dragão sobressaíram sobretudo algumas individualidades, das quais destaco: Bosingwa, Fucile e – claro – Anderson.
- Bosingwa é portento de velocidade. Ataca e desequilibra como um extremo, tendo essa capacidade que impressiona – a recuperação defensiva. Um ponto fraco: capacidade no jogo aéreo. Se Scolari um dia, pode ser um caso sério...
- Fucile é uma adaptação que se afirma a cada jogo que passa. Rápido e com uma grande intensidade nas partidas, coloca toda a sua determinação em cada acção, do primeiro ao último minuto – vejam o segundo golo do jogo, Fucile recupera na intermediária e vai depois finalizar no coração da área.
- Finalmente, Anderson. O menino é um prodígio invulgar. O que mais me espanta em Anderson não é a sua técnica, mas a forma como, em tão tenra idade, se adapta jogar no espaço entre-linhas. É um jogador que apesar do virtuosismo se dá bem com o contacto dos adversários, sabendo tirar o melhor partido disso mesmo. Vejam o lance do primeiro golo, roda sobre Patacas (que procura o contacto) criando aí um desequilíbrio que vai depois aproveitar após um explosiva arrancada (outra das suas principais características).

Sobre o Nacional, dizer que defendeu como pode (mostra algumas lacunas defensivas que não são de agora) e valorizou a posse de bola como poucos no Dragão. Utilizou Patacas e Alonso para circular a toda a largura, mas pecou por ser pouco incisivo e pela opção estratégica de usar preferencialmente Diego José sobre a esquerda, onde actuava o “super-sónico” Bosingwa.

O Porto ganhou mais do que bem e o título... até pode acontecer mesmo em Paços de Ferreira!

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