É a equipa do momento. À robustez defensiva – particularmente o tão elogiado momento de transição ataque-defesa – que já vinha de trás, o Sporting adicionou neste final de época um ataque dinâmico, móvel e, consequentemente, concretizador. Ainda sobre o Sporting, tem havido um amplo debate em torno das suas enigmáticas entradas no jogo. Não nego que a fortuna seja um factor indispensável para tanta eficácia, mas creio estar claro para todos que tem de haver mais do que sorte num fenómeno tantas vezes repetido. Em meu entender, a razão que melhor explica esta tendência é também aquela que pode servir de justificação para o crescendo ofensivo dos “leões” nesta fase da temporada: o fim da, outrora popular, rotatividade.
Ontem falei aqui no “encaixe” com que o Paços anulou o Porto. No vídeo, Manuel Machado utiliza a mesma expressão para o que haveria de tentar na partida do passado Domingo. Sobre o Porto, também referi a necessidade de se criarem e sistematizarem referências claras para os processos de jogo ofensivo. O caso do Sporting será ligeiramente diferente (necessariamente, dadas as diferenças de modelo e jogadores), mas a verdade é que no momento em que Paulo Bento passou a utilizar um onze fixo, a equipa passou a entender-se melhor, parecendo desempenhar com mais naturalidade (sobretudo, aparece mais coordenada colectivamente) as tarefas a que se propõe.
Ontem falei aqui no “encaixe” com que o Paços anulou o Porto. No vídeo, Manuel Machado utiliza a mesma expressão para o que haveria de tentar na partida do passado Domingo. Sobre o Porto, também referi a necessidade de se criarem e sistematizarem referências claras para os processos de jogo ofensivo. O caso do Sporting será ligeiramente diferente (necessariamente, dadas as diferenças de modelo e jogadores), mas a verdade é que no momento em que Paulo Bento passou a utilizar um onze fixo, a equipa passou a entender-se melhor, parecendo desempenhar com mais naturalidade (sobretudo, aparece mais coordenada colectivamente) as tarefas a que se propõe.
O “encaixe” é uma medida pontual, normalmente orientada para as marcações em função das individualidades do adversário e pouco resistente a uma verdadeira mobilidade colectiva da oposição. Enquanto que os adversários passam pela dita “fase de estudo”, o Sporting entra nos jogos com a “lição já estudada”, tirando partido disso mesmo nas fases iniciais das partidas.
Claro que não se pode dissociar uma componente fundamental e que foi abordada também por Manuel Machado – o aspecto individual. À maior sistematização, Paulo Bento acrescentou um melhor ajuste das individualidades ao modelo. Abel dá outra profundidade ao lado “coxo” do modelo, Miguel Veloso é – já – um “monstro” na sua posição (finalmente, temos o herdeiro de Paulo Sousa) e Romagnoli tornou-se no apoio que Nani precisava para dar outra expressão à ala esquerda.
Finalmente, sobre o vídeo, duas notas:
- Manuel Machado caiu no erro de tentar o “encaixe” de que já falei e o seu destino foi o que o próprio acabou por prever na resposta à “previsibilidade” de Luis Freitas Lobo.
- Há muito que não entendo a insistência de Luis Freitas Lobo em apelidar o Sporting de equipa “tacticamente previsível”. Será que o Porto não joga, previsivelmente, em 4-3-3, o Benfica no 4-4-2, losango ou o Milan no seu 4-3-2-1? Penso que a embirração do comentador se prende, realmente, com a ausência de extremos no modelo de Paulo Bento. Um preconceito de que um dia falarei com maior detalhe.