29.5.07

Final da Taça: Análise

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Tacticamente não houve surpresas na final. Os esquemas que aqui avancei confirmaram-se por serem, creio eu, os mais lógicos, quer de um lado, quer do outro. O Belenenses, estrategicamente, não repetiu o esquema de há 8 dias (o 4-4-2), tentando opor-se ao rotinado (não confundir com previsível!) modelo de Paulo Bento com uma disposição (4-2-3-1) mais de acordo com as características que Jesus pretendia dar ao jogo Belenense.
O Sporting é, sem dúvida, uma equipa superior ao seu adversário. Inteligentemente, porém, o Belenenses não discutiu o estatuto, opondo-se bem defensivamente com a sua organização e utilizando as suas famosas transições como principal arma para chegar ao perigo. O que vimos, foi a – bem sucedida – fórmula de Jesus no seu pleno. O Sporting esteve sempre bem, foi mais dominador mas, com um pouco de felicidade do Belém, a história até poderia ter sido outra.

Há, na partida do Jamor e na minha opinião, um momento essencial. Entre os 70 e 80 minutos o jogo viveu, talvez, a sua toada mais baixa, sem ocasiões e sem grande interesse aparente. Foi nesse período, no entanto, que se definiram as condições com que as duas equipas iriam abordar a última fase da partida. O Sporting foi o primeiro a sofrer com a lesão de Tello, mas foi Jesus quem mais saiu debilitado. Os jogadores do Belenenses fraquejaram. Primeiro Ruben Amorim (que falta fez!) e depois o desequilibrador Silas saíram e, perante o “estoiro” final de Amaral, já se adivinhava um eventual prolongamento sofrido. Jesus tentou alterar o esquema e tornar-se mais arrojado e talvez não o devesse ter feito. Não será justo, no entanto, ser demasiado critico para com um treinador que se viu claramente inferiorizado numa fase em que o jogo caminhava para a sua fase decisiva. Quanto a Paulo Bento, optou, inteligentemente, por não alterar a estrutura. O “clima” estava a tornar-se favorável e não se aconselhava mexer muito no que estava a acontecer.
Sobre o golo, estou de acordo que Jesus demorou a decidir sobre a substituição de Amaral, mas não me parece que o golo se explique por aí. O lance resulta de um pontapé de canto onde o Belenenses defendeu com todos os seus elementos, não sendo a falta de Amaral explicação para o sucedido.

Como notas finais, deixo algumas menções a prestações individuais que julgo dever destacar-se:
Polga – foi fundamental para impedir saídas mais perigosas da transição azul.
Veloso – voltou a encher o campo – volto a dizer: é, já, o melhor médio defensivo português.
Romagnoli – terá feito, talvez, o seu melhor jogo pelo Sporting, culminando uma fase de crescimento extraordinário que o tornou num dos elementos fundamentais para a dinâmica do losango.
Nani – voltou a ser desequilibrador a um nível que já é o seu.
Costinha - esteve em grande e ameaçava tornar-se no homem do jogo, não fosse o golo de Liedson.
Ruben Amorim – Ajudou a fechar quase sempre bem a ala direita, tendo qualidade no momento da posse de bola. A sua saída foi determinante.
Silas – Na transição foi, com Dady, o factor de perigo no ataque azul. Com espaço e com a bola nos pés é um perigo.
Dady – Os olhos do país futebolístico ficam colocados sobre si para 07/08. O que fez no Jamor foi o espelho da sensação que criou na segunda metade da liga.

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