28.8.07

O Benfica à Camacho...

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Não foi a estreia ideal para Camacho. Naturalmente, não é fácil que as ideias de um treinador tenham um impacto tão repentino mas a verdade é que se a partida frente ao Guimarães ainda não revelou melhorias exibicionais, serviu, pelo menos, para que se tenha uma pequena amostra do que poderá mudar com Camacho no Benfica.

Desde logo o sistema. Tal como na sua anterior passagem pela Luz, Camacho deverá oscilar entre o 4-4-2 clássico e o 4-4-1-1 – que foi o que apresentou na partida de Sábado. Isto pressupõe, desde logo, um handicap grande em relação ao plantel construído. É que Fernando Santos tinha composto um plantel para variar entre o 4-4-2 losango e o 4-3-3, mas sendo mais fiel ao primeiro dos sistemas, prescindindo, por isso, de uma abundância de extremos de qualidade no plantel. Camacho tem uma filosofia diferente, apostando forte em extremos com poucas funções interiores. De resto, o sistema de Camacho é bem menos dado a mobilidades com movimentos laterais, pretendendo o treinador espanhol que os alas sejam fixos e que os desequilíbrios aparecem nos movimentos verticais dos médios - lembram-se do sucesso de Tiago nestas funções?

Do ponto de vista dos princípios também há diferenças significativas. Camacho passa a pedir aos jogadores uma reacção diferente à perda de bola, menos agressiva e mais estratégica, recuperando posições e pressionando apenas nos momentos em que tal se justifique. O bloco passa a ser mais baixo, fazendo um pressing com referências mais zonais e menos individualizadas e, em posse de bola, haverá mais cautelas do que acontecia com Santos, com a equipa a não se expor tanto no equilíbrio do seu posicionamento em campo.

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