14.6.07

Holanda - Portugal: Mais perto... das férias!

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Depois da Bélgica, a Holanda. Já se sabia, mais ritmo, mais qualidade e mais entusiasmo para complicar a tarefa nacional. A verdade, porém, é que as dificuldades sentidas pela Selecção têm mais que ver com as suas próprias debilidades colectivas do que com qualquer hipotética diferença entre as reais valias individuais.

O Jogo
Couceiro improvisou, introduziu Rúben Amorim por Yannick e promoveu o “duplo-pivot” no meio campo defensivo, com o objectivo de dar mais consistência àquele sector. Atrás, talvez temendo Babel, Amoreirinha entrou para o lugar de Filipe Oliveira. Em termos de sistemas, Portugal apresentou-se em 4-2-3-1, frente a uma Holanda em 4-1-3-2. Os “laranjas” revelaram-se, sobretudo, muito móveis no último terço de campo, com o trio de médios à frente do “pivot” defensivo, Maduro, a criar muitas dificuldades às referências de marcação Portuguesas – na realidade, o nosso meio campo, apesar de muito povoado, apresentou-se pouco organizado nesse período. Com bola, tal como frente à Bélgica, a equipa revelou uma falta de rotinas gritante. A primeira fase de construção de jogo não encontrava linhas de passe ofensivas e os holandeses rapidamente encurtavam, lance após lance, os espaços de saída de bola, forçando a opção pelas bolas longas ou os passes errados – por isso Portugal não conseguiu chegar, sequer, uma vez à baliza contrária na primeira meia-hora.
Se, na sua globalidade, o jogo não estava grande coisa, foi num pormenor que as coisas realmente se desequilibraram. Tudo aconteceu em transição (curiosamente, na primeira vez que Portugal conseguiu ir à linha cruzar), com a bola a ser recuperada pelos holandeses na sua àrea e a ser lançada até ao extremo oposto onde, francamente, Paulo Ribeiro comete um penalti inconcebível em alta competição.
A partir do golo, o jogo seguiu decurso normal, segundo as expectativas “laranjas”. Couceiro arriscou progressivamente, e a holanda foi recuando, mas sem nunca perder o controlo – mais uma vez, Portugal revelou a pouca preparação colectiva no período final. O vencedor foi justo e a verdade é que Portugal até se pode dar por satisfeito com a obtenção de um golo, face à qualidade do seu jogo.

As Individualidades:
No que respeita à Selecção Portuguesa, as coisas não foram muito diferentes. Manuel da Costa (apesar do segundo golo) e Manuel Fernandes pareceram-me os melhores numa equipa que nunca o foi. Do outro lado... Drenthe! Um jogador fantástico que merece, já, um lugar num dos principais palcos do futebol mundial – Até agora, o melhor do Euro... a milhas de distância.

Últimas Notas:
- Para se ganhar uma prova de curta duração como esta, não basta aperecer com belos nomes na caderneta. É preciso moldar e sistematizar um modelo de jogo, criar rotinas principais e alternativas, estudar os adversários e... testar o mais possível – quantos jogos fez este escalão com o verdadeiro objectivo de se preparar para esta fase? Não tem a ver com vedetismos ou individualidades (como até pode por vezes parecer), mas sim com as lacunas de jogo colectivo da Selecção. A mim, custa-me perceber, e talvez fosse tempo de aprender alguma coisa com o que faz Scolari com as suas Selecções.

- Mais uma vez assistimos à teoria da perseguição para desculpar a derrota. Para mim, há 2 coisas distintas. Uma coisa é tentar tirar o melhor partido da relação com a arbitragem durante o encontro – faz parte do jogo. Outra, é sacudir as responsabilidades para o “alheio”, branqueando a manifesta incompetência que todos pudemos ver.

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