2.10.09

Sporting - Hertha: Vitória e assobios

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Vitória com assobios. Algo que aparentemente não faz sentido, mas que no caso do Sporting e, em particular na Europa, é tudo menos original. De facto foi um jogo pouco inspirado da parte do Sporting, sem rasgo nem nervo, aparentando pouca motivação para fazer mais. Os motivos que encontro são vários, mas o que julgo ser mais importante dizer é que, ao contrário de outros jogos, este não me pareceu particularmente preocupante em relação ao Sporting.

Sintetizando, houve, a meu ver, 4 motivos para o frouxo futebol leonino. Erros individuais, incapacidade do pressing, o efeito de uma vantagem conseguida cedo e, finalmente, pouca capacidade no último terço.

Começando pelo primeiro, os erros individuais. Importa sublinhar o efeito do arrastamento de Miguel Veloso para a esquerda, com Adrien bastante inseguro ao nível da posse a trazer uma perda evidente de qualidade da mesma. Depois há que reforçar casos como Moutinho, Liedson, Vukcevic e Abel, bastante erráticos para aquilo que é costume. A este problema de ordem individual e que se agigantou com o aproximar dos minutos finais, há que acrescentar a saída de Matias Fernandez, um dos mais assertivos jogadores do Sporting neste aspecto.

O segundo motivo, a incapacidade do pressing. Foi isto que fez com que o Hertha tivesse mais tempo de posse de bola do que seria desejável e que impediu o Sporting de ter o domínio do jogo. Há em parte demérito do Sporting por alguma falta de agressividade em certos lances, mas há também mérito do Hertha e em especial de Raphael (o melhor em campo, a milhas dos outros) que saiu várias vezes de zonas de pressão bem criadas pelo Sporting. Apesar disto, e é bom que se diga, a posse do Hertha foi sempre relativamente bem controlada pelo Sporting que apenas permitiu meias distâncias. Pode não parecer, mas é um dado importante tendo em conta a insegurança que a equipa vem sentindo neste plano.

O terceiro motivo, o efeito de um golo cedo. Na verdade há um conjunto de factores que poderá ter contribuído para a pouca intensidade que os jogadores colocaram na partida. Primeiro essa ausência de pressão com o golo de Adrien, depois o facto do ambiente também não ser propriamente intenso e, finalmente, a própria motivação que o jogo e o adversário nunca trouxeram.

Finalmente, o mais importante de todos os motivos, porque é o mais crónico. A falta de capacidade no último terço. Na verdade este problema pode extender-se a todo o processo ofensivo. O Sporting precisa objectivamente de ter soluções mais sistematizadas para fazer a bola entrar no bloco contrário e, muito importante, fazê-lo em concordância com o potencial dos seus jogadores. Matías Fernandez já foi um caso bastante abordado, mas julgo que, embora ainda longe do óptimo, a sua integração tem sido crescente. O caso mais flagrante, porém, é Vukcevic. É um jogador que não traz nada em termos de organização ofensiva neste momento, agarrando-se demasiado à linha, não criando jogadas de envolvência e terminando repetidamente em situações de aperto junto da bandeirola de canto. Paulo Bento tem de encontrar outra solução para este jogador que é forte sobretudo em situações onde possa “ter baliza”. Ou na frente, ou, talvez, na direita. Finalmente, e porque nem tudo é mau, Caicedo este bem melhor do que nas outras aparições, dando indícios de que, afinal, pode ser uma solução útil.
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