Começando pelos factos. Em 50 minutos, até ao primeiro golo, o Sporting teve 29 iniciativas deste tipo, e em apenas 3 conseguiu, sem interceptações, fazer a bola chegar jogável às imediações da área contrária. Não é cruzar, nem sequer rematar. Só com a bola jogável. Cerca de 10% de sucesso. A conclusão é óbvia e indica que algo vai muito mal neste tipo de situações. Aliás, perante este registo mais valeria não perder muito tempo e jogar de forma directa e deliberada, poupando tempo e podendo pressionar em zona mais alta. Foi assim, aliás, que o golo chegou e é essa também a esperança leonina neste tipo de jogos de domínio concedido. Chegar ao golo através de recuperações altas. Está claro, no entanto, que esta seria uma estratégia obviamente insuficiente para as exigências do clube e da equipa, e embora às vezes pareça, não isso que o Sporting pretende.
Os motivos para esta situação são vários, mas nenhum tem a ver com sistemas tácticos, ou com outros sofismas que tantas vezes se repetem. Também a falta de qualidade individual, embora exista em muitos momentos (como o caso de Angulo no vídeo), não é o essencial. A questão está na falta – ou aparente falta – de movimentos sistematizados que criem soluções de passe. É que este tipo de situações são de tal forma repetitivas que se justifica a sistematização de acções concretas, conhecidas por todos os jogadores. Quase como se fossem lances de bola parada. Não dará para todos os jogos, mas dará, seguramente, para muitos, aquels em que os adversários se revelam demasiado passivos e permitem paciência para a entrada do primeiro passe.
Aquilo que se vê é uma indicação base para o posicionamento de cada jogador, mas não a sistematização de movimentos coordenados, parecendo a dinâmica estar dependente do improviso. Por isso Vukcevic fica escondido e raramente é solicitado a não ser em profundidade. Por isso não há trocas posicionais entre os alas e os jogadores interiores. Por isso, quando – como aconteceu com Saleiro – o parceiro de Liedson não o acompanha na tentativa constante de criar linhas de passe, o futebol do Sporting parece bloquear.
Este é, claramente, o calcanhar de Aquiles do trabalho de Paulo Bento. Pode não ser fácil chegar à excelência, mas não me parece nada complicado melhorar o escandaloso 3/29 deste Sporting...
Os motivos para esta situação são vários, mas nenhum tem a ver com sistemas tácticos, ou com outros sofismas que tantas vezes se repetem. Também a falta de qualidade individual, embora exista em muitos momentos (como o caso de Angulo no vídeo), não é o essencial. A questão está na falta – ou aparente falta – de movimentos sistematizados que criem soluções de passe. É que este tipo de situações são de tal forma repetitivas que se justifica a sistematização de acções concretas, conhecidas por todos os jogadores. Quase como se fossem lances de bola parada. Não dará para todos os jogos, mas dará, seguramente, para muitos, aquels em que os adversários se revelam demasiado passivos e permitem paciência para a entrada do primeiro passe.
Aquilo que se vê é uma indicação base para o posicionamento de cada jogador, mas não a sistematização de movimentos coordenados, parecendo a dinâmica estar dependente do improviso. Por isso Vukcevic fica escondido e raramente é solicitado a não ser em profundidade. Por isso não há trocas posicionais entre os alas e os jogadores interiores. Por isso, quando – como aconteceu com Saleiro – o parceiro de Liedson não o acompanha na tentativa constante de criar linhas de passe, o futebol do Sporting parece bloquear.
Este é, claramente, o calcanhar de Aquiles do trabalho de Paulo Bento. Pode não ser fácil chegar à excelência, mas não me parece nada complicado melhorar o escandaloso 3/29 deste Sporting...