2.10.09

AEK - Benfica: Uma queda que não tem que ser um trambolhão

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Eis que aconteceu! Não é a primeira derrota, mas é a primeira que surge num jogo em que, claramente, o resultado não era indiferente. É um momento confuso para quem vê as coisas de uma perspectiva mais resultadista, sendo susceptível de levantar questões sobre se estará aqui um ponto de inflexão no futebol encarnado. Não está. Euforias e estádios cheios à parte, o futebol do Benfica tem uma qualidade adquirida, que não é apenas individual mas também colectiva. Em Atenas – logo em Atenas! – houve um Benfica abaixo do que pode fazer, mas isso não implica que não possa rapidamente recuperar o seu nível. Euforias à parte, importa repetir.

O AEK estava obviamente motivado, provavelmente bem alertado para o momento do Benfica. Isso não impediu, porém, que o Benfica fosse mais forte. E foi-o, não só no inicio, mas de uma forma geral. O problema é que essa superioridade não foi suficiente para se manter à margem de um deslize. Não teve a autoridade habitual e, em certos momentos, isso implicou mesmo a perda do tal domínio que o modelo encarnado tanto procura.

A problemática que resultou na exibição abaixo do par, terá tido origem num misto de pouca atitude e falta de inspiração. Em termos práticos há 2 momentos do jogo em que a quebra se sentiu. Primeiro, e mais importante, na transição defensiva. Aquele que será, provavelmente, o mais importante pilar do jogo encarnado não esteve como devia. A reacção à perda de bola não foi tão rápida e agressiva e isso permitiu que o AEK fosse progressivamente alongando o campo e, por consequência, alongando a equipa encarnada, que passou a jogar de forma menos compacta. O outro momento é, obviamente, o da organização ofensiva. Jesus queixou-se do estado do terreno e esse terá sido, de facto, um problema para quem precisa de jogar com tanta certeza como o Benfica. Mas não foi só por aí. Para além dos erros técnicos eventualmente catalisados pelo tal problema ao nível do solo, houve também uma menor capacidade para protagonizar jogadas de envolvimento dentro do bloco grego. Aqui, e contrastando com o também influente Saviola, importa referir Aimar como elemento mais inspirado e desequilibrador.
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