30.10.09

Dominguez: e se o futebol fosse mesmo um espectáculo?

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Há poucas coisas tão objectivas como a memória. Nela não ficam todos, apenas aqueles que têm o dom de o merecer. Seja por que motivo for. No caso dos jogadores de futebol, seguramente, os excepcionais ficarão sempre gravados na elite das nossas recordações. Mas não são os melhores, por ventura, os mais interessantes. Há outros, que não tendo sido excepcionais, conseguiram essa proeza talvez ainda mais refinada de impressionar por um aspecto particular. Algo que não lhes vale o sucesso mas vale esse meritório prémio de ficar na memória de quem os vê. É o caso, seguramente, de José Dominguez...

Formado no Benfica, e recrutado no Birmingham, chegou ao Sporting como um jogador da moda. Impressionava pelo drible praticamente imparável, tal facilidade com que mudava de direcção com a bola colada ao pé. Para quem não o conhecia era o cabo dos trabalhos, mas o passar do tempo confirmou que, afinal, o espectáculo do drible era tudo o que Dominguez tinha para dar. Aos seus raides seguiam-se, normalmente, cruzamentos ou remates inconsequentes. Se o futebol fosse, como muitas vezes erradamente se diz, um espectáculo, Dominguez nunca seria dispensado por nenhum espectador, tal o entretenimento que gerava. Mas não é, e como tal nunca Dominguez conseguiu verdadeiramente convencer alguma platéia, tornou-se num saltimbanco, pleno de espectáculo, mas com pouca objectividade.

Bem... Nem sempre era assim...
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