27.10.09

Benfica: Os alas e a agilidade táctica

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Ainda nem a meio chegamos e só agora – tardiamente – chega à liderança. Mas este Benfica é, em tão curto espaço de tempo, já histórico. É fortíssimo tacticamente, em todos os momentos do jogo, tem um talento enorme, assumiu uma cultura de intensidade invulgar e, agora, respira uma confiança que torna a bola mais redonda em cada lance. Demolidor. Pode-se falar, e já se falou, de muita coisa, porque quase tudo é elogioso. Hoje, porém, escolhi a importância dos alas – em particular Di Maria – na agilidade táctica da equipa. São eles que encolhem ou alargam a equipa, que lhe dão profundidade ou equilíbrio. A importância da sua reactividade é, por isso, fundamental para se responder mais rapidamente a cada um dos momentos.

Primeiro lance – Maxi dá-lhe a bola na “fogueira” e ele, ainda assim, sai dela sem se queimar. Aimar está, de facto num momento fantástico, e é a sua confiança e talento que, inegavelmente estão na origem do primeiro lance. Mas esqueçamos – se é possível – Aimar por um momento, não é dele que quero falar. No meio, Di Maria, embora um ala, não dá largura à equipa. Aproxima-se da jogada, oferece apoio, dá força à zona onde está a bola, e colabora para que ela encontre outros caminhos mais livres para progredir. Mas a profundidade não é esquecida. O movimento complementar vem do lateral, que aproveita o espaço. Tudo isto só funciona se for feito de forma automática e com grande velocidade. Daí a importância da capacidade de dar profundidade nos laterais deste modelo.

Segundo lance – Outra vez Aimar. Antecipa-se na leitura do lance e, mais uma vez, é o elemento fulcral no desequilíbrio. Mas, de novo, o que quero focar é o papel do ala, Di Maria. Perante uma jogada dividida, o seu posicionamento é intermédio. Tanto pode resultar que tenha de vir fechar ao meio, à frente da linha defensiva, como poderá “explodir” para dar profundidade em transição – o que sucedeu. A área de acção é enorme e, por isso, é fundamental o aspecto tempo, quer na reacção, quer no deslocamento. É isso que acontece, Di Maria é rápido a perceber e velocíssimo na acção, tirando partido do desequilíbrio posicional madeirense.
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