7.10.09

Análise vídeo: lances da jornada

ver comentários...
Sem dúvida vistoso o segundo golo encarnado na Mata Real. Na origem da inspiração de Carlos Martins, ou melhor do espaço de que ele beneficia, está, no entanto, uma jogada que conta com o mérito do Benfica, mas também com uma má movimentação defensiva do Paços. E esse é precisamente o ponto que quer focar...

Hoje, muitas equipas optam por não adiantar os elementos mais ofensivos para pressionar. Preferem esperar e não correr riscos de desorganização dentro do bloco defensivo. É uma atitude que me desagrada e com a qual não me revejo. Isto porque cede total ao adversário total autonomia no tempo e destino do primeiro passe. É certo que muitas equipas não têm a inteligência para aproveitar esta benesse, mas mesmo assim não me parece a postura ideal. Ainda assim, vendo o exemplo deste golo, fica fácil perceber o porquê de tanta fobia em adiantar unidades para pressionar.
Concordando com a atitude do Paços, obviamente importa escalpelizar o erro que é cometido. O ponto essencial tem a ver com a cultura táctica dos jogadores e com a preocupação que deveria ter havido em restabelecer equilíbrios posicionais, mesmo quando a jogada parece estar destinar-se para outro local. Ou seja, trata-se de um comportamento essencialmente preventivo. E, note-se, qualidade posicional tem muito a ver com estes movimentos longe da zona da bola mas que, depois, se tornam fundamentais. No caso, o jogador que está sobre a direita pacense deveria, mal a bola muda de flanco, ter baixado para a zona central, entre linhas, de forma a dar maior presença a essa zona e mais compacidade a um bloco defensivo que agora tinha a referência (bola) do outro lado do campo. Não aconteceu e Martins fez questão de deixar isso bem claro para todos...

Golos portistas – Qual a semelhança entre os 2 golos que encaminharam a vitória portista no Algarve? Ambos de cabeça, é verdade, mas o grande ponto comum está no facto de ambos resultarem de cruzamento, não directamente, mas após lances de bola parada. E esta é uma situação muito própria e que parece ter sido propositadamente explorada no segundo caso (fica a questão se a jogada estava preparada?).
O problema tem a ver com o que acontece após os lances de bola parada e com a organização defensiva que, embora numerosa, está apenas preparada para um cruzamento directo e de uma zona específica do campo. Quando isso não acontece, as marcações desfazem-se e pode acontecer, como aconteceu, que existam gritantes falhas de marcação.

Paulo César – Uma nota para o primeiro golo do Braga. Não é sobre a permanente mobilidade Mossoró, mas sim da forma como Paulo César aborda a zona de finalização. E fá-lo de uma foram contrária ao que seria suposto, permanecendo à entrada da área e não atacando a zona mais próxima da baliza. É uma opção inteligente já que os defensores perdem a referência homem para por apenas os olhos na baliza e que pode apenas ser contrariada por uma posicionamento de um jogador na cabeça de área, o que muitas vezes não acontece. Fica a nota, porque no Braga este parece ser um movimento rotinado, tendo acontecido já por diversas vezes e com diversos protagonistas...

Ler tudo»

AddThis