Marcar e... mais nada – O futebol é verdadeiramente irónico e, em certo sentido, cruel. Tantas vezes vemos equipas que tudo fazem para marcar, sem nunca conseguir um golo e, desta vez, vimos um Benfica sem 1 ocasião chegar a um 0-2 que lhe deu grande vantagem no jogo. De resto, a vitória do Benfica fica sobretudo explicada por esses 2 lances, já que tudo o resto foi demasiado pobre para poder, sequer, ser destacado.
O que se exigia – Convém dizer que não se exigia que o Benfica forçasse o jogo ou corresse riscos, estando em vantagem. O que se exige é que a equipa seja capaz de fazer 1 de 2 coisas neste tipo de situações. Ou ser capaz de controlar o jogo mais longe da sua área, ou então ter capacidade para explorar a profundidade, tirando partido do espaço que o Estrela desse nas suas costas. Ora, o que acontece é que o Benfica se limitou – como já havia feito na Figueira da Foz – a remeter-se a bloco baixo, onde é forte e organizado, mas onde corre também demasiados riscos pela proximidade com que a bola ronda a sua baliza. Este era um jogo em que se antecipava um duelo físico muito acentuado, com as primeiras e segundas bolas aéreas a definirem muito do balanceamento do jogo. O Benfica até se deu com esse lado mais físico de um jogo em campo de dimensões reduzidas. O pior, por paradoxal que pareça, foi quando foi preciso dar algo mais ao jogo.
Sem Suazo – O porquê de Quique ter pedido tanto um jogador com mais capacidade de dar profundidade ao jogo, explica-se neste (e noutros) jogo. A sua estratégia para os jogos fora passa preferencialmente por aceitar um bloco mais baixo, apelando depois aos momentos de transição para dar profundidade. Isto, sobretudo, quando se apanha a vencer. Sem Suazo, já se percebeu que a equipa raramente consegue dar profundidade ao seu jogo, limitando-se a sofrer defensivamente. Frente ao Estrela esta situação foi ainda mais evidente pela ausência, também, de Reyes. Uma solução potencial poderá passar pela inclusão de Di Maria como uma das 2 unidades da frente. Quique terá de encontrar a resposta que, nesta altura da época, já não deverá passar por algo mais que uma ou outra opção individual.