28.4.09

8 lances do fim de semana...

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Benfica – Marítimo (Cardozo) – O lance do segundo golo na Luz é muito interessante e diz muito sobre a forma como o Benfica alterou a sua forma de abordar o momento ofensivo. Em organização ofensiva, o Benfica, não só tem os 2 laterais abertos, como inclui ainda 1 central em acção ofensiva (já acontecera no primeiro golo no Bonfim). Juntando ao número elevado de jogadores, a qualidade de muitos deles (no caso destaco o trabalho de “pivot” de Nuno Gomes), torna-se fácil perceber que estão criadas as condições para a criação de mais desequilíbrios ofensivos. O problema da questão está na forma como a equipa se adianta em demasia, correndo sérios riscos de ser apanhada em contrapé em caso de perda de bola.


Porto – Setúbal (Lisandro I) – O primeiro golo com que o Porto bateu o Setúbal é um exemplo da grande qualidade de Lisandro. Primeiro, na forma como dá apoio à construção, atraindo a marcação para fora da sua zona e, depois, na forma como define o lance dentro da área, tirando também partido das dificuldades que gera a sua movimentação. No entanto, é importante notar a forma deficiente como o Setúbal defende. A zona central é desprotegida de forma quase primária, quer na forma como Farias, estando parado (devia ter sido colocado em fora de jogo), consegue receber e ter tempo para ler o jogo, quer depois como Lisandro consegue ganhar vantagem perante uma marcação que demora muito a reagir à sua movimentação (note-se ainda a forma como Mariano aparece também solto numa zona central).

Porto – Setúbal (Lisandro II) – No segundo golo, tal como no primeiro, um misto de mérito da dinâmica e mobilidade do ataque portista e de um enorme demérito na forma como o Setúbal defende. Farias é pressionado pelo lateral, abrindo um buraco no seu flanco e, depois, é visível a distância entre sectores, com o meio campo a não auxiliar a linha mais recuada. Este aspecto é muito perceptível no facto do Porto conseguir meter tantos jogadores como o Setúbal para a resposta ao cruzamento.

Sporting – Estrela (Postiga) – Um dado curioso do jogo com o Estrela foi o facto do Sporting ter feito muito pouco recurso às bolas longas de Polga, isto apesar da forma compacta como defendeu o Estrela. O central, aliás, tornou-se protagonista de um dos melhores lances do primeiro tempo, ao iludir o pressing e inciar um desequilíbrio pela zona central. Na jogada, para além da habilidade de Liedson (pouco pressionado), é visível a tal característica de uma linha defensiva algo subida por parte do Estrela. Postiga por muito pouco não consegue fazer o golo.

Sporting – Estrela (Liedson) – Uma curiosidade deste lance tem a ver com a colocação dos médios interiores (Pereirinha e Veloso) no mesmo flanco. É uma situação totalmente episódica e que em Guimarães esteve na origem do golo sofrido. Desta vez, é o Sporting quem tira partido, virando o jogo para o flanco menos povoado. Mas o aspecto que quero destacar é outro que tem a ver com a forma como a defesa tem dificuldades em responder ao cruzamento pelo facto de jogar algo adiantada. Quando o cruzamento se torna eminente, os centrais são obrigados a recuperar ao mesmo tempo que se tentam colocar para responder ao lance. Naturalmente, torna-se uma tarefa muito complicada e, por isso, Liedson fez um golo semelhante ao que havia feito na primeira volta.

Naval – Rio Ave (Yazalde) – Uma nota para o golo de um jogador que se tem destacado neste final de época e que poderá ser decisivo na luta pela manutenção. Não me fica claro se o primeiro toque de Yazalde é propositado, mas se o é, é um grande pormenor do jogador emprestado pelo Braga (já aqui destaquei a importância do primeiro toque e forma como ele define um jogador).

Man Utd – Tottenham (Modric) – Finalmente, volto ao golo de Mariano em Old Trafford e à importância de Lucho. Este fim de semana o mesmo erro do United, com Bent a fazer de Lucho e a atrair o lateral para a abordagem ao lance, deixando espaço para Modric (qual Mariano) ficar livre para a finalização. Aqui volto à importância das referências individuais na área. O United tem superioridade numérica e não se pode falar de um mau posicionamento base. O que acontece é que na área é impossível fazer uma marcação eficaz com poucos jogadores tendo apenas por base referências zonais. Este, aliás, é um erro clássico.


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