Novo Benfica – Quique falou de uma nova fase para a sua equipa. Na realidade trata-se da adaptação a um ponta de lança como Cardoso, dando prioridade a um jogo mais apoiado e não tanto em busca da profundidade imediata. É por isso que agora Reyes joga sobre a direita e Aimar sobre a esquerda, procurando movimentos interiores que abram espaço para os laterais, havendo mais gente nas acções ofensivas. A qualidade nesta fase é agora maior, pela quantidade – mais gente a atacar – e pela qualidade que jogadores como Nuno Gomes e Reyes emprestam quando é preciso encontrar espaços. A verdade, porém é que o risco é muito maior, primeiro porque a equipa se expõe demasiado em posse e depois porque Ruben Amorim e Carlos Martins abrem um buraco imenso nas suas costas que facilmente poderá causar dissabores em termos defensivos. Seja como for, para já, não falta quem aplauda.
Marítimo de Carvalhal– Tinha grande curiosidade em ver este Marítimo de Carvalhal. É uma equipa com muita qualidade técnica mas a quem falta alguma ordem e Carvalhal será aos meus olhos uma fantástica opção para dar outra dimensão a esta equipa. Fica também claro que este tem de ser um processo lento e que leve, provavelmente, algumas reestruturações. Falta alguma agressividade e pragmatismo na forma como a equipa aborda certos momentos do jogo. Em particular neste jogo houve um enorme desaproveitamento das situações em que a equipa teve bola no espaço entre linhas, não havendo movimentos de rotura que oferecessem solução ao portador da bola. Com isto o Marítimo terá perdido várias oportunidades para fazer mais golos.
Duas notas sobre esta equipa. A primeira para dizer que poderá ser uma das chaves para definir este final de época, já que não prevejo facilidades nas visitas de Porto e Sporting aos Barreiros. A segunda para referir que embora concorde que Carvalhal tenha apresentado uma equipa aberta na Luz, não gosto de ouvir um treinador dizer que não veio com “estratégias de autocarro”. Para mim o futebol é um jogo com regras claras e, desde que dentro delas, qualquer estratégia é válida cabendo ao treinador definir o melhor caminho para si e para os seus. Não é por não ser defensiva que uma estratégia é melhor ou pior, mais ou menos respeitável...