À italiana – O jogo fez-me lembrar aquilo que podíamos ver, repetidamente noutros tempos, sempre que uma equipa portuguesa defrontava formações italianas. De um lado uma equipa com bom recursos técnicos, e um grande enfoque defensivo, que, com bola, não consegue traduzir boas fases de posse de bola em ocasiões e, sem ela, fica irremediavelmente refém de uma estratégia à base de referências individuais, uma estratégia que é, em si mesma, uma contradição para alguém que precisa de ter na força colectiva a forma de colmatar diferenças individuais. Do outro, uma equipa racional, forte defensivamente e objectiva na forma como aproveita as ocasiões e gere o jogo após a vantagem. Como na maioria desses clássicos luso-italianos, foi a segunda que ganhou. Sem surpresas, portanto.
No Sporting, nota para a repetição do quarteto de meio campo que, acaso ou não, coincidiu com uma boa entrada do Sporting no jogo, resolvendo-o cedo. É um hábito que, tal como venho escrevendo, me parece importante para que a equipa consolide rotinas e se encontre mais facilmente do ponto de vista colectivo. Tanto mais agora que se avizinham confrontos decisivos e que o meio campo vem apresentando uma dinâmica algo diferente de épocas anteriores.
Na frente – Fruto de tropeções alheios, o Sporting recuperou uma situação em que não tem menos pontos que nenhuma outra equipa na Liga. Isto, apesar de ter perdido os 2 clássicos. A fórmula, centrada numa defesa eficaz e uma gestão inteligente dos jogos, é a mesma que identifiquei há várias jornadas e que, como referi na altura, pode trazer muitas alegrias aos sportinguistas. Seguem-se agora 4 jogos antes dos clássicos, em que 3 são deslocações e a outra é a recepção ao Braga. Fica fácil perceber que muito do campeonato do Sporting se joga nos próximos 6 jogos.
Liedson – Voltou a ser decisivo. Primeiro a assistir, depois a marcar, em mais uma finalização repentina na área. Terá sido o melhor em campo e arrisco mesmo que em termos de rendimento global (ou seja, não avaliando apenas os golos) estará a realizar a sua melhor época no Sporting. Aliás, o “Levezinho” arrisca-se mesmo a ser a figura maior do campeonato. Finalmente, uma nota individual para outro jogador que entrou com muita qualidade: Rochemback.