12.1.09

Porto - Trofense: a arte de falhar

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É futebol – O resultadismo tem destas coisas. O nulo do dragão faz com que, 1 semana depois, se procurem defeitos que expliquem o sucedido. É evidente que não se tratou de uma exibição perfeita e é evidente, também, que o próprio Porto não é uma equipa isenta de defeitos. O que se passou no Dragão, no entanto, foi algo profundamente improvável, com muito pouco a ver com defeitos da equipa. A verdade é que o Porto criou, desde o inicio do jogo, ocasiões mais do que suficientes para vencer o jogo e só por ineficácia e manifesta infelicidade tal não aconteceu.
Sobre o Trofense referir o espírito de combatividade e sobrevivência de uma equipa que começou e acabou com o credo na boca. O 4-4-2 de bloco baixo e linhas juntas que Tulipa apresentou, permitiu um bom preenchimento defensivo dos espaços, particularmente em largura, mas não terá sido esse o seu principal problema. A incapacidade da equipa no momento da transição ofensiva, tentando sempre atacar a profundidade e nunca ficando com a bola, condicionou um jogo a um exercício de sentido único e onde os minutos se tornaram muito longos para uma equipa que, ainda assim, resistiu. Nota para Tiago Pinto que, mesmo fora da posição, voltou a dar boas indicações. Não me parece poder tornar-se num fora de série, mas se a sua evolução for positiva, poderá muito bem vir a ser uma solução para a Selecção.


Tacticamente – A condução táctica do jogo por parte de Jesualdo foi muito semelhante aquilo que se assistira na Madeira. Na primeira parte, Lisandro no centro e Hulk à direita com liberdade para Lucho. Na segunda, Hulk mais próximo de Lisandro, com maior liberdade ofensiva dada aos laterais, assim como a Lucho, prendendo mais Meireles para as compensações. Já vimos mais Lucho, mas depois surgiu aquela que foi, provavelmente, o grande problema colectivo da equipa: pouca mobilidade. Com Rodriguez encostado à linha e Hulk a partir da direita (posição que julgo ser a mais correcta), pedia-se que o tridente ofensivo fosse mais dinâmico, sobretudo frente a uma equipa tão compacta. Hulk e Rodriguez não têm grande inteligência de movimentação sem bola e Lisandro apresentou-se anormalmente apático. O Porto perdeu com isso.

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