19.1.09

Porto - Académica: Merecia o nulo

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Preocupante – O Porto ganhou, é certo, e garantiu o objectivo pretendido. Se contra o Trofense o problema esteve no resultado e não na exibição, desta vez foi o contrário. E de que maneira! A primeira parte portista foi verdadeiramente má. Incapaz de pressionar, de sair jogar em transição, de construir e, mesmo, de controlar a posse de bola contrária. Nesse período, aliás, terá valido a insuficiência da Briosa para ser mais incisiva no derradeiro terço de campo. No segundo tempo, Jesualdo mexeu (Para um 4-4-1-1 que tentava restabelecer mais equilíbrios numéricos no meio campo) e contou também com uma Académica cada vez mais encolhida (tendência que se iniciara já na primeira parte), começando a defender cada vez mais atrás e tornando cada vez mais fácil o trabalho do pressing portista porque as recuperações aconteciam, obviamente, cada vez com mais metros de campo pela frente. Ainda assim, em termos ofensivos, o Porto permaneceu um deserto. Valeu um inesperado Oasis em forma de auto golo para evitar mais uma seca no Dragão. É certo que faltam várias individualidades (particularmente Meireles e Lisandro), mas este não foi um bom pronuncio para quem tem para frente uma das mais complicadas deslocações da época.

Lisandro-dependente? – A primeira parte mostrou vários problemas, mas eu diria que muitos tiveram a ver com a posição 9. Hulk no meio, perante equipas compactas é um equívoco óbvio. Sem bola, porque não tem cultura para iniciar a pressão numa zona central. Com bola, porque no meio de tantas pernas e tão pouco espaço, o seu futebol não tem possibilidades de explodir, perdendo todo o potencial que se lhe reconhece. Aqui surge a memória de Lisandro. Um jogador muito culto e agressivo a pressionar, capaz de limitar as soluções de primeiro passe e permitir que o resto da equipa se adiante para provocar o roubo de bola. Também culto na forma como se movimenta e cria linhas de passe que ofereçam outras soluções à construção e outra simplicidade ao seguimento das jogadas. Poderá ser exagero, mas deu a ideia clara de que a ausência de Lisandro tem impactos colectivos que vão muito para além do aspecto meramente individual.

Individualidades – As grandes atenções estavam reservadas para Cissokho. Pensava-se que poderia tremer perante as exigências do palco, mas não foi ele quem desiludiu. Dos jogadores que procuram ganhar espaço na equipa, praticamente todos ficaram aquém do exigível. Tarik foi o mais severamente punido, substituído depois de uma primeira parte fraca e sem grande capacidade de entendimento com Hulk. Sapunaru revelou mais uma vez problemas em controlar posicionalmente o seu flanco, ainda que tenha muito que se queixar do apoio que não lhe foi dado (particularmente na primeira meia hora aquele foi um sector muito fustigado). Mas a maior desilusão terá sido Guarin, que acumulou inúmeras perdas e erros. Sem qualquer comparação com Meireles.

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