Há alguns meses escrevi aqui sobre o risco que corria o Sporting em perder Paulo Bento, quem considero um excelente treinador, e de quem continuo a pensar que terá muito sucesso, seja no Sporting ou noutro clube. Após a derrota de Setúbal o nome do treinador atingiu o pico da contestação...
Setúbal
De facto em Setúbal, e ao contrário do que havia sucedido no Bessa, o Sporting perdeu porque foi inferior ao seu adversário. Aqui tem de se juntar à incapacidade dos leões, o mérito inegável da formação de Carvalhal. E começo precisamente por aqui. O Setúbal, não me canso de o dizer, é uma das equipas mais bem orientadas do país, sendo Carvalhal, digo eu, o treinador mais preparado para treinar um “grande” entre todos os que orientam equipas nacionais (que não entre os “grandes”, obviamente). A equipa sabe estar no jogo, colocando-se bem defensivamente e tendo uma forma inteligente de atacar que faz da transição ofensiva e da mobilidade dos seus jogadores a principal arma. Aqui, destaque para Pitbull, a referência ofensiva da equipa. Quando o Vitória ganha a bola procura o jogador, ainda, pertencente ao FC Porto que surge com muita inteligência no espaço entre linhas, frequentemente solto de marcação. A vantagem desta estratégia é a capacidade de passe do jogador, muito precisa particularmente nos cruzamentos. Foi assim que o Vitória chegou ao golo, tanto ontem, como frente ao Benfica.
De facto em Setúbal, e ao contrário do que havia sucedido no Bessa, o Sporting perdeu porque foi inferior ao seu adversário. Aqui tem de se juntar à incapacidade dos leões, o mérito inegável da formação de Carvalhal. E começo precisamente por aqui. O Setúbal, não me canso de o dizer, é uma das equipas mais bem orientadas do país, sendo Carvalhal, digo eu, o treinador mais preparado para treinar um “grande” entre todos os que orientam equipas nacionais (que não entre os “grandes”, obviamente). A equipa sabe estar no jogo, colocando-se bem defensivamente e tendo uma forma inteligente de atacar que faz da transição ofensiva e da mobilidade dos seus jogadores a principal arma. Aqui, destaque para Pitbull, a referência ofensiva da equipa. Quando o Vitória ganha a bola procura o jogador, ainda, pertencente ao FC Porto que surge com muita inteligência no espaço entre linhas, frequentemente solto de marcação. A vantagem desta estratégia é a capacidade de passe do jogador, muito precisa particularmente nos cruzamentos. Foi assim que o Vitória chegou ao golo, tanto ontem, como frente ao Benfica.
Sporting
Mas vamos ao Sporting. O momento é de facto mau. A equipa acumula a cada derrota mais pressão e falta de confiança, tirando ainda mais capacidade a um futebol que por si só se encontra debilitado pelas carências da equipa. O problema do Sporting é também, e em grande parte psicológico, e só assim se explicam uma série de erros no passe verificados na noite de ontem. Quanto aos problemas no “jogar”, mantenho o que já aqui disse e que é visível a cada jogo. As lacunas do Sporting encontram-se nas posições onde sairam jogadores nucleares da época passada. Mas vou insistir nos 2 capítulos que me parecem os mais determinantes para o “emperrar” do jogo. Primeiro, o flanco esquerdo. O Sporting tem hoje muita dificuldade em sair em posse de bola (a forma eleita de atacar no seu modelo de jogo) sobre este flanco. Vukcevic é um excelente valor, de quem o Sporting tem necessidade de encontrar melhor forma de tirar partido, mas é sobretudo um jogador de rasgos e de momentos de transição e não um jogador forte em posse de bola. Mas o principal problema está no lateral. Já o disse e repito, é urgente que o Sporting encontre um lateral que dê outra capacidade ao jogo em posse. Se não o fizer a equipa manter-se-á “coxa”, incapaz de construir o seu jogo sobre o flanco esquerdo. O segundo ponto tem a ver com Purovic. É Manifesto o desajuste das suas características (dele e de Paez) aos princípios de jogo da equipa, retirando-lhe mobilidade e qualidade no seu aspecto ofensivo. A tudo isto temos de juntar a também já aqui referida ausência de intensidade competitiva que permitiria, pelo menos, à equipa ser forte defensivamente. Este é outro aspecto que urge ser recuperado por Paulo Bento, mas que se insere também em grande parte no plano psicológico.
São muitos os problemas para Paulo Bento que tem de facto um leque de opções muito limitado mas no que respeita ao “jogar” só me parecem existir 2 caminhos: ou a equipa vai ao mercado buscar 2 jogadores que se enquadrem na forma de jogar da equipa, ou então há princípios que têm de ser alterados no modelo de jogo. Uma última nota para a situação actual do clube: os adeptos procuram a cada derrota um responsável, com a saída de Freitas é Paulo Bento o mais vulnerável e os próximos jogos serão decisivos para o futuro do treinador. O Sporting vive nos seus resultados uma crise circunstancial que pode por em causa alguns objectivos de temporada. Se a estrutura não for capaz de se blindar das pressões externas, passará a ter uma crise estrutural, pondo em causa o rumo seguido nos últimos anos e aumentando o risco e incerteza em relação à capacidade de resposta nas próximas épocas.
São muitos os problemas para Paulo Bento que tem de facto um leque de opções muito limitado mas no que respeita ao “jogar” só me parecem existir 2 caminhos: ou a equipa vai ao mercado buscar 2 jogadores que se enquadrem na forma de jogar da equipa, ou então há princípios que têm de ser alterados no modelo de jogo. Uma última nota para a situação actual do clube: os adeptos procuram a cada derrota um responsável, com a saída de Freitas é Paulo Bento o mais vulnerável e os próximos jogos serão decisivos para o futuro do treinador. O Sporting vive nos seus resultados uma crise circunstancial que pode por em causa alguns objectivos de temporada. Se a estrutura não for capaz de se blindar das pressões externas, passará a ter uma crise estrutural, pondo em causa o rumo seguido nos últimos anos e aumentando o risco e incerteza em relação à capacidade de resposta nas próximas épocas.