É uma consequência directa dos resultados dentro de campo e, particularmente, do excelente campeonato que está a realizar o FC Porto. Benfica e Sporting vivem dias de turbulência interna que afectam a estrutura do futebol, um degrau acima da equipa técnica. No Benfica, a sombra de Veiga que virou um fantasma sempre presente para Vieira. No Sporting a saída de Carlos Freitas, a “cabeça” que rolou como consequência das pressões externas que sempre aparecem quando a bola teima em entrar na baliza errada. No fundo estão em causa os 2 responsáveis máximos do futebol dos grandes Lisboa.
- Sobre o Benfica, não há muito a dizer... Vieira está a viver um pesadelo por ele próprio criado quando trouxe Veiga para o Benfica. A cada momento negativo lá aparece o ex-responsável pelo futebol a tecer criticas às decisões tomadas. Pode-se, ou não, concordar com a estrutura existente, ou mesmo com decisões pontuais, mas é certamente muito mais fácil criticar do que decidir e a própria história de Veiga no Benfica o confirma.
- No Sporting, um caso diferente e por ventura bem mais complicado. É que esta crise de resultados esconde atrás de si uma incapacidade para investir no futebol. Ou seja, só com muita competência própria, ou incompetência alheia, o Sporting pode aspirar a um período dominador no futebol português. Este é o principal problema de fundo do Sporting, o resto é futebol.
Com saída de Freitas abrem-se 2 questões para resolver. Uma questão de liderança por trás do futebol. O Sporting fica sem o seu responsável máximo pelo futebol e é preciso que se encontre alguém para esse lugar. Naturalmente as pessoas não são iguais e quem substituir Freitas terá as suas próprias ideias, ficando por saber até que ponto elas serão coincidentes com as dos restantes elementos do corpo técnico, uma equipa totalmente constituída por Freitas. A outra questão tem a ver com o posicionamento no mercado. O futebol é hoje um negócio global onde é necessário ter-se uma visão muito ampla do mercado para se poder ser eficaz (principalmente quando o dinheiro não abunda). Ao contrário do que habitualmente se diz não pode ser o treinador o responsável máximo pelas contratações. Os treinadores devem dar o seu aval final e definir as prioridades para a equipa, certo, mas a sua responsabilidade passa pelo trabalho de campo e não pela prospecção de mercado. Está aberta uma vaga bem difícil de substituir eficazmente...