24.8.09

Guimarães - Benfica: ganhar e... perder o brilho

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Este era, perante o calendário inicial e em teoria, o primeiro teste complicado do Benfica 09/10. A conclusão é, pode dizer-se, paradoxal. Se o balanço é satisfatório, não se pode deixar de sentir alguma desilusão pela exibição encarnada. O encaixe de Vingada foi a novidade táctica da partida, mas não tenho total convicção que as dificuldades tenham a ver apenas com essa estratégia. Aliás, não parece ter sido, sequer, essa a leitura de Jesus. Uma coisa é clara: Tendo conseguido o resultado e, mesmo, alguns períodos de superioridade, o Benfica não fez o suficiente em Guimarães para que se sentisse que a cabeçada tardia de Ramires fora, propriamente, um acto de justiça.


Benfica: problemas circunstancias, ou um aviso para o futuro?
O Vitória apostou num encaixe táctico de circunstância, o que, misturado com uma concentração e agressividade mais intensas, causou grandes problemas ao Benfica durante praticamente todo o primeiro tempo. Pode-se falar das dificuldades em superar o pressing vimaranense em construcção, mas o principal problema, na minha opinião, foi o pressing. O Vitória conseguiu, quase sempre, evitar que o Benfica recuperasse alto e isso condicionou muito o jogo benfiquista, reconhecidamente dependente da eficácia do seu pressing. Esse foi o pior período do Benfica, onde o Vitória conseguiu estar mais intenso e onde podia, também, ter chegado à vantagem.

Embora se tenha destacado muito o impacto da estratégia táctica de Vingada, eu sou levado a pensar noutras condicionantes para o menor rendimento encarnado. Este é, aliás, um problema que o próprio Braga de Jesus sentiu enquanto andou por aventuras europeias. Ou seja, a já abordada intensidade de jogo, tão necessária no modelo encarnado, não parece surgir com tanta facilidade com a sucessão de jogos. Ao invés, o Benfica encontrou um adversário mais intenso, mais focado e disponível para o jogo. Desta vez, o final foi feliz, mas fica a interrogação de qual será a capacidade de resposta em situações semelhantes no futuro. É que aqui poderá estar um elemento decisivo para o sucesso encarnado a nível interno.

Guimarães: o encaixe será mesmo uma boa estratégia?
Não faltarão elogios ao que fez Vingada, mesmo depois da derrota. Mas será assim tão auspicioso o caminho escolhido pelo treinador? No futebol actual acredito muito pouco em equipas de “encaixe”. Ou melhor, até ver, não acredito. Especialmente em quem, como o Vitória, vai passar grande parte do campeonato a ter de assumir o jogo e não com preocupações de “encaixes”. Cá fica a nota e cá estaremos para ver.

Assis, David Luiz e Di Maria
O primeiro fez um jogo enorme. Quer em termos defensivos, quer ofensivos, tendo em ambos os casos um papel fundamental. Sinceramente, fico com a sensação de que Assis terá passado à margem de uma carreira bem mais fulgurante. Provavelmente vitima de quem apanhou, quer no Benfica, quer no Sporting.

David Luiz fez um jogo muito importante em vários aspectos. É um central que está longe de estar terminado, sentindo-se que a qualquer momento pode cometer um erro. Mas tem, de facto, fantásticas qualidades. É rapidíssimo a recuperar e tem grande qualidade técnica. Aliás, destaco o facto de ter sido ele a referência para a saída de bola. Isto, sabendo-se que Luisão sempre foi o “patrão” neste particular. Provavelmente não foi um acaso...

Finalmente, o argentino. Falhou quase sempre na definição final dos lances, mas voltou a ser o elemento com mais capacidade desequilibradora no Benfica, sobretudo pela forma como se movimentou. Sente-se que gosta de jogar neste modelo.


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