14.2.08

Taça Uefa: O efeito "ala esquerda"

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Sporting - Basileia
Mais do que a vitória (que não define ainda a eliminatória – o Basileia é muito mais forte em casa), este foi um jogo que valeu pelo regresso às exibições de qualidade que foram a melhor imagem do Sporting na segunda metade da época transacta.

A exibição frente ao Basileia não me surpreende. Já, há muito, aqui tinha apontado à ala esquerda a principal responsabilidade para os problemas verificados esta temporada. Não se trata de ter um jogador nesse sector que leve a equipa às costas mas antes da interpretação correcta dos princípios e dinâmicas previstos num modelo que vinha desde a temporada passada. Primeiro vem o controlo do jogo. Defensivamente, tal como acontecera na segunda parte frente ao Maritímo, a equipa foi capaz de manter-se com o controlo do jogo nos períodos em que era o adversário a dominar o meio campo (o Basileia apenas criou perigo de bola parada). A este facto não se pode dissociar o afastamento de Ronny que vinha acumulando erros defensivos jogo após jogo. Depois vem a interpretação das rotinas ofensivas. Izmailov dá outra força ao lado esquerdo do losango – sobretudo em termos posicionais e posse de bola – e com Grimi a equipa ganhou também mais presença ofensiva, permitindo que os movimentos laterais de Romagnoli (cuja importância para este modelo de jogo muita gente às vezes parece esquecer...) pudessem ter efeito que há muito não era visto naquele sector. Finalmente na frente. Vukcevic é uma adaptação, mas como aqui referi há umas semanas, pode bem ser o parceiro que o Sporting tanto procurava para Liedson. A sua mobilidade (afinal é originalmente um ala) e capacidade para jogar na fase terminal do jogo fazem dele um jogador com as características necessárias para desempenhar a posição. Aliás, arrisco mesmo dizer que se encaixa melhor ali do que sobre a ala esquerda, onde revela algumas dificuldades em certo capítulos. Relativamente ao jogo, nota para o bom aproveitamento do facto do Basileia jogar com a sua última linha subida. O Sporting causou assim muitos problemas.

Finalmente dizer que os jogos das competições Europeias são muitas vezes enganadores. A menor preparação e enquadramento do jogo adversário e a motivação mais elevada das individualidades fazem com que surjam muitas vezes grandes exibições que não têm depois sequência. No caso do Sporting, no entanto, parece-me claro por tudo o que venho dizendo que poderemos estar a assistir a uma fase ascendente do futebol leonino, com o aparecimento de melhores soluções para a interpretação do modelo.

Werder Bremen – Sp.Braga
Como qualquer jogo do Bremen, este era um jogo interessante de seguir, mas que infelizmente apenas tive oportunidade de ver alguns períodos. Tinha para mim que o Braga poderia discutir a eliminatória apesar do favoritismo dos Alemães. O momento não foi o melhor para os Arsenalistas, que passam por uma fase negativa e com pouca dinâmica do seu modelo de jogo. Ainda assim é difícil falar-se em fatalismos quando se desperdiçam 2 penaltis. Os “ses” são inevitáveis neste caso. Sofrer 3 em Bremen poderia perfeitamente acontecer, mantendo o Braga aspirações de qualificação. O Bremen é das equipas com mais golos por jogo da Europa (marcados e sofridos) e o que exigia era que o Braga aproveitasse esse facto para também marcar os seus golos. Com 2 golos, tudo era possível numa noite inspirada. Com 3 parece complicado, até porque eles normalmente marcam...


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