O CAN mais europeu de sempre foi, afinal, vencido pelo mais Africano dos candidatos. A vitória do Egipto faz do CAN2008 uma conquista, muito mais do que do “jogador Africano”, do “Clube Africano” – particularmente os Egípcios. É que entre a selecção Egípcia contam-se apenas 4 jogadores que actuam nos campeonatos Europeus, sendo que apenas 2 destes estão em clubes dos 5 campeonatos mais ricos da Europa. Mais, 17 dos 23 convocados actuam no futebol Egípcio e o próprio seleccionador é da terra do Faraós.
Se no lançamento da competição todos projectavam notórias evoluções tácticas, por influencia dos jogadores que actuam nas principais ligas europeias, pois bem, para quem viu os jogos do Egípto ficou claro que a cultura e organização táctica da Selecção foi, bem mais do que o virtuosismo individual, a mais diferenciadora das armas Egipcias. Tudo isto, com a menor das influencias europeias, começando pelo sistema de 3 defesas, completamente abandonado no futebol de top europeu.
Este terá sido o mais surpreendente dos desfechos para a competição e também um acender dos holofotes sobre jogadores e clubes Egipcios - entre o onze ideal da CAN contam-se 5 Egipcios, não actuando nenhum na Europa. Com tudo isto, não posso deixar de imaginar a satisfação de Manuel José. É que a consagração do futebol Egípcio é também uma grande valorização para o mais bem sucedido dos treinadores por aquelas bandas...
