10.1.14
Sporting: Análise principais jogos
Para concluir este ciclo de análises, deixo os dados relativamente aos jogos do Sporting que analisei mais detalhadamente. A primeira ressalva tem a ver com a diferença em relação ao que sucede com Benfica e Porto, já que no caso do Sporting não houve neste ano presença europeia, havendo por isso uma centralização total nas competições internas. Este facto torna mais difícil a comparação com os rivais, já que o grau de dificuldade não é tão elevado. Ainda assim, assinale-se, foi o Sporting quem teve até agora mais confrontos directos com os outros "grandes". Aqui ficam algumas notas de opinião pessoal, primeiro sobre dados colectivos e depois relativamente a alguns casos individuais:
Segurança e objectividade - No final da pré-época deixei uma análise semelhante a esta e se recordarmos os pontos levantados nessa altura, facilmente constatamos que grande parte da imagem do Sporting pré-competição se confirmou nesta primeira metade da temporada. Em particular, o pouco risco assumido com bola, preferindo a progressão pelos corredores laterais e expondo-se pouco a perdas de risco que pudessem dificultar o controlo sobre o momento de transição ataque-defesa. Para além disso, o Sporting denota um aproveitamento muito bom das ocasiões criadas, uma constatação que se repete na análise que deixei sobre os primeiros 14 jogos do campeonato. Como ponto menos positivo fica a prestação frente aos mais directos rivais, não se podendo dizer que tenha existido uma grande diferença entre as equipas, mas constatando-se também que, em 4 jogos, apenas por uma vez o Sporting se superiorizou na capacidade de criar ocasiões claras de golo (mais precisamente, no recente embate com o Porto, para a Taça da Liga).
Cedric - Terá sido, sem grandes dúvidas, um dos jogadores de maior rendimento neste conjunto de jogos de maior grande de dificuldade (segundo o ranking estatístico apresentado, foi mesmo aquele que teve melhor produção). A sua evolução tem sido, de facto, muito boa, estando a meu ver a realizar uma época em crescendo. Tem uma capacidade de definição muito boa no último terço e uma capacidade intervenção defensiva igualmente capaz, sendo estes os dois aspectos que mais têm valorizado as suas exibições. Há outros pontos onde já mostrou debilidades - nomeadamente no posicionamento defensivo - mas com um melhor enquadramento colectivo tem tido um grau de exposição muito inferior a esse tipo de situações. Um caso que serve também de exemplo sobre a importância decisiva do enquadramento colectivo para potenciar as qualidades individuais, especialmente em jogadores de funções mais defensivas.
William - A grande revelação da equipa confirma nesta análise a boa prestação, surgindo como um dos principais destaques individuais. Em particular, e também sem surpresa, é de sublinhar a utilidade da sua presença em posse.
Zona criativa - Constatar que os laterais, Cedric e Jefferson, foram os jogadores que mais ocasiões de golo criaram neste conjunto de jogos oferece-nos duas perspectivas de análise. A primeira, claro, tem a ver com o mérito dos laterais e com a sua importância na dinâmica ofensiva da equipa. A segunda, por outro lado, tem a ver com a baixa capacidade criativa de extremos e médio-ofensivos da equipa. Um ponto que também já havia destacado na análise aos jogos do campeonato e que se parece acentuar quando o grau de dificuldade aumenta.
Linha defensiva - Uma nota positiva para a regularidade dos elementos utilizados na linha defensiva (com excepção de Dier), todos eles com uma presença bastante segura até agora. Este destaque justifica-se sobretudo pela menor reputação de praticamente todos estes jogadores, que no inicio foi a base de um cepticismo quase generalizado em torno das suas capacidades, uma ideia entretanto invertida pela resposta dada dentro de campo. Aqui, e recuperando a ideia que deixei acima para o caso específico de Cedric, há que realçar a importância do contexto colectivo para que o rendimento individual fosse potenciado.