9.1.14

Porto: Análise principais jogos

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Depois do Benfica, o Porto, sendo que no caso dos portistas analisei detalhadamente menos 2 jogos, num total de 9. Como notas, vou deixar primeiro uma comparação com os dados do Benfica - comparação que, alerto, não serve para tirar conclusões lineares - e depois algumas notas sobre casos individuais.

Porto vs Benfica
- Porto com maior volume de posse de bola, mas com um número de perdas de risco muito superior e com menos ocasiões de golo criadas. Dados que sugerem menor objectividade e, sobretudo, reforçam a ideia de que a equipa foi bastante penalizada em termos de erros evitáveis.
- Porto com bastante mais intervenções defensivas, o que mais uma vez sugere que a quantidade de posse de bola não reflecte qualidade. Tendo maior volume de posse de bola, seria de esperar que a equipa fosse sujeita a menos trabalho defensivo, o que não acontece.
- Porto com mais finalizações, mas menos objectividade, tanto em termos de enquadramento com a baliza como em termos de ocasiões criadas.
- Porto com menos ocasiões criadas e mais ocasiões consentidas, o que se reflecte num saldo de golos negativo nos jogos analisados. A explicação deverá passar, pelo menos em parte, pelos indícios deixados nos pontos anteriores.
- É interessante constatar que nos jogos do campeonato o Porto consegue, de uma forma geral, melhores indicadores do que o Benfica, invertendo-se claramente essa tendência nos jogos de maior grau de dificuldade. Uma comparação curiosa e interessante, em vésperas de um Benfica-Porto.

Lucho - Já tenho escrito bastante sobre ele, em particular da forma como, na apreciação mediática, o B.I. se consegue sobrepor a tudo o que faz no terreno de jogo. De facto, neste conjunto de jogos de maior grau de dificuldade, Lucho foi com alguma distância o jogador de melhor rendimento da equipa azul-e-branca, retirando sobretudo partido da sua notável leitura do jogo e dos espaços. Para mais, e não sendo esta uma estatística que valorize particularmente, foi o jogador da equipa que mais quilómetros correu na Champions, segundo os dados da Uefa (mesmo não fazendo todos os minutos). Face a tudo isto, e repito a ideia, quando se invoca os quase 33 anos que leva completados como um facto limitativo, está-se sobretudo a mostrar como o B.I. é um forte preconceito na nossa cultura futebolística. O que não é novidade, diga-se...

Varela e Licá - A perda de qualidade nos extremos é um tema que já venho comentando desde a pré-época, sendo nesta altura praticamente consensual que reside aí um dos principais problemas da equipa. Ainda assim, convém fazer uma distinção entre Varela e Licá, porque se no caso do primeiro podemos falar de inconsistência, nomeadamente na capacidade de aproximar a equipa do golo, no caso de Licá os problemas são bem maiores, sendo provavelmente a unidade de menor rendimento neste conjunto de jogos, considerando apenas os jogadores mais utilizados.

Otamendi e Mangala - São dois centrais de grande projecção internacional, podendo até dar-se o caso de estarem os dois no próximo Mundial, e em duas das principais equipas da competição. A pergunta, porém, é de que serve todo este mediatismo, ou mesmo o potencial que se lhes reconhece, se no terreno de jogo erram com tanta frequência? A resposta é, naturalmente, que serve para mesmo muito pouco, e esta época tem sido, nesse aspecto, um exemplo. Ainda assim, a meu ver são dois casos diferentes. Otamendi tem uma capacidade de participação no jogo tremenda, tanto em termos defensivos como ofensivos. É dominador na sua zona de acção e com bola assume com grande facilidade a iniciativa do jogo. O problema é que acumulou um número inaceitável de erros comprometedores, com destaque para as perdas de risco, em posse. Mangala é um caso diferente, sendo muito mais imponente fisicamente, mas não tendo a mesma capacidade de intervenção defensiva que Otamendi fruto, parece-me, de uma capacidade de leitura do jogo bastante limitada. O problema dos erros individuais, onde também se devem incluir Danilo e Alex Sandro, tem sido um problema importante da equipa, e dentro do campo não há reputação, valorização de mercado ou estatuto mediático que possa valer.

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