7.1.14
Os mais desequilibradores da liga, análise (Jorn. 14)
Actualizo a análise individual, centrada nas ocasiões de golo na Liga 13/14 até à 14ªjornada. Aqui ficam as minhas notas:
Porto, Jackson avassalador
Não é a primeira vez que o destaco e a verdade é que a sua influência continua a ser tremenda e sem paralelo em qualquer outro jogador. A boa campanha de Montero vem-lhe fazer alguma sombra em termos mediáticos, mas se olharmos os números com um pouco mais de detalhe, rapidamente constatamos as diferenças entre Jackson e qualquer outro jogador. Nomeadamente, ao nível de ocasiões de golo em que é interveniente, seja em termos de criação ou finalização, os números de Jackson são avassaladores, tendo participado em 44 jogadas de grande probabilidade de golo, mais 17 do que Montero, o segundo nesta lista. De facto, se o Porto é a equipa que mais ocasiões de golo construiu até agora, fica a ideia de que muito desse feito se deve ao seu ponta-de-lança, já que para além do volume, Jackson é também - e com muita distância - o jogador que consegue maior percentagem de participação nas ocasiões da sua equipa. Já agora, os segundos jogadores mais influentes nas ocasiões das respectivas equipas, são Dionisi (Olhanense) e Derley (Marítimo), ambos com 45% de influência e muito longe dos 58% que Jackson consegue na equipa portista. Num outro plano, nota para a influência recente de Carlos Eduardo, num caso algo parecido com o de Quintero no inicio da prova, ou seja conseguindo uma enorme influência criativa num curto espaço de tempo (e com forte influência das bolas paradas). Como comprova o exemplo de Quintero, não é lógico esperar-se que esse rendimento se mantenha com o mesmo ritmo ao longo do tempo, sendo que no caso do colombiano o entusiasmo inicial contrasta com a eclipse recente do jogador.
Benfica com protagonismo dividido
Lima é o mais influente na participação directa, quer em ocasiões quer nos golos marcados pela equipa. A outro nível, Gaitan destaca-se como o jogador com mais ocasiões criadas em toda a prova, sendo também o jogador com mais assistências do clube. Os outros dois nomes em destaque são Rodrigo e Cardozo, ambos com um volume de utilização muito inferior a Lima e Gaitan, mas em qualquer dos casos com uma influência assinalável, sendo que no caso de Cardozo se destaca mais o bom período de acerto em termos de concretização, enquanto que Rodrigo justifica destaque sobretudo pelo número de ocasiões em que conseguiu ser interveniente.
Sporting, Montero e os laterais
Montero é, de longe, o jogador mais determinante na equipa e um dos destaques da prova. Como aqui escrevi, a sua eficiência nas primeiras jornadas foi extraordinária e seria muito improvável que se mantivesse com o tempo, sendo que nesta altura os seus níveis de aproveitamento golo/ocasião já estão num patamar mais normal. Num outro plano, nota para o papel dos laterais, sobretudo por comparação com extremos e médios. Jefferson e Cedric têm sido presença constante nas jogadas de maior potencial da equipa, e se Jefferson é quem tem mais ocasiões criadas, é justo destacar Cedric porque o lateral-direito é, em bola corrida, o 2º jogador que mais ocasiões claras de golo criou, apenas sendo superado por Gaitan. Em perda parece estar o contributo do extremos do Sporting, sendo que a influência criativa dos médios também continua em níveis relativamente modestos.
Outros casos
Nota para Alan, no Braga, que continua a ser um dos jogadores mais determinantes do campeonato. Ainda no Braga, Rafa é o nome do momento, pela juventude e pela facilidade com que tem chamado a si ocasiões de golo. No Estoril, Evandro é um nome já destacado, ainda que o médio criativo conte com o facto de ser também o protagonista das bolas paradas da equipa. Num outro plano, surge Seba, um jogador jovem e que tem dado um contributo bastante importante para a assinalável capacidade desequilibradora do Estoril. O Marítimo é outra equipa onde se justifica destacar duas individualidades pela sua influência criativa: Heldon e Derley, dois dos destaques deste campeonato. No Rio Ave, Ukra tem também um peso criativo assinalável, sendo sem surpresa um destaque a este nível. Em Setúbal, fala-se da saída de Cardozo, o que se adivinha como uma perda relevante se tivermos em conta a influência que o paraguaio teve nesta primeira metade da época. Nota final nestes destaques para o Olhanense, que apesar da modéstia na performance colectiva tem tido em Dionisi um elemento de elevada produção ofensiva.