Sporting - Valência (golo 1) - Não é claro que seja intencional, mas é provável que o seja. O Valência atrai 3 jogadores para a zona lateral à área e depois opta por um lançamento longo, onde, obviamente, há mais espaço e, particularmente, um 2x2 na frente de Patrício. O pormenor que define o lance, a meu ver, tem a ver com a abordagem de Carriço. Consegue controlar o adversário, mas perde noção da trajectória da bola, fazendo-se a ela, ainda assim. É perfeitamente notório o movimento de João Pereira, que inicialmente tenta controlar o espaço entre ele e o central, mas, de repente, abre deliberadamente, como que antevendo a acção deste. O mesmo se passa com Patrício, que demora a sair, precisamente porque espera pela acção de Carriço. Ainda que se possa considerar um excesso de confiança (nomeadamente de João Pereira), tem lógica o comportamento destes jogadores, porque, antevendo a iniciativa do colega, o ressalto seguinte nunca cairia imediatamente nas suas costas, mas em zonas mais afastadas. Neste cenário, definido em fracções de segundo, houve apenas um jogador que apostou no falhanço de Carriço. O problema, para o Sporting, é que não vestia de verde e branco.
Sporting - Valência (golo 2) - Diria, o golo mais interessante de todos. Desde logo, distingue-se pela zona onde nasce, completamente diferente dos outros casos. Se alguém duvidava da preparação do Valência para o aproveitamento do espaço nas costas, está aqui um belo exemplo. Delicioso o pormenor do jogador do Valência antes do lançamento, como que anunciando de forma não verbal o que se iria passar. Mais à frente, quem percebeu tudo muito bem e de forma telepática, foi Soldado. Repare-se como parte muito antes de um passe que não era evidente. Evidentemente preparado, foi o que foi. É natural que o Sporting não tenha feito um estudo muito especifico do jogo, dada a sua natureza pré competitiva. Ainda assim, ficam 2 notas gerais sobre aspectos importantes para quem quer defender com tanto espaço nas costas. Na frente, e embora os jogadores avançados estejam habitados a "folgas" no que respeita a defender, não há margem para perdas de intensidade. O lance devia, fundamentalmente, ter sido controlado na pressão sobre o jogador que recebe o lançamento. Não foi, porque Postiga não teve intensidade suficiente no lance. Depois, a colocação dos apoios de Onyewu. Nota-se que há um antecipação do passe nas costas, brevíssimos instantes antes dele sair. No entanto, a forma como o central americano parte para o lance compromete qualquer possibilidade de reacção face a Soldado. É muito importante que os jogadores ajustem correctamente o ângulo dos pés, precavendo uma eventual necessidade de corrigir rapidamente o espaço nas costas. Se Onyewu ficou a milhas de Soldado, foi porque partiu tarde, e não por questões de velocidade. Bem melhor esteve Carriço, que conseguiu, pelo menos, importunar Soldado. Como o mérito do avançado prevaleceu, e foi Carriço a ficar no "foto-finish", é provável que, para muitos, tenha sido ele o culpado...
Sporting - Valência (golo 3) - A nota principal do lance vai para a falta de preparação dos jogadores para o detalhe do fora de jogo. O posicionamento defensivo é estabelecido como se a lei do fora de jogo vigorasse neste tipo de situações, o que é normal, dado que a equipa quer estar assim posicionada no momento seguinte ao lançamento. Mas, porque, de facto, não há fora de jogo no acto do lançamento, é preciso uma atenção extra, porém, completamente ausente do lance. Sobretudo de João Pereira, que é quem está mais próximo do lançamento, não pode "apertar" a marcação quando tem espaço nas costas. Esse é o lapso mais importante para o desenvolvimento do lance, mas não se pode dizer que o lateral fique herdeiro solitário de toda a responsabilidade. Há uma perda de intensidade geral, que continua em Rinaudo, visivelmente pouco prevenido para a possibilidade de ter de dobrar junto à linha, e se estende até à área, onde Onyewu volta a perder o controlo de uma marcação, que devia ser facilmente anulável, dada a escassa presença de jogadores espanhóis na área.
Porto - Lyon (golo 1) - Tal como na generalidade dos lances do Valência, nada parece ser um acaso no golo do Lyon. Foco em Gomis, bola em Lisandro. O Porto é notoriamente surpreendido, notando-se a proximidade de Souza ao avançado francês. No entanto, há aqui um pormenor, que me parece fundamental no desenvolvimento do lance. Há alguma diferença entre o posicionamento base da equipa, em jogo corrido, e neste tipo de situações. Em particular, no posicionamento estratégico dos médios e na "folga" que é dada no espaço à frente dos centrais. Por ser concedido esse espaço, é importante que exista um encurtamento rápido da linha defensiva, assim a bola comece a progredir paralelamente à linha frontal da área. O problema, diria decisivo, é que Otamendi fica preso com Gomis, impedindo-o de recuperar a sua posição, para pressionar na frente de área. Isso e, claro, a qualidade de Lisandro.
Porto - Lyon (golo 2) - Tudo muito semelhante ao primeiro golo, mas com desenvolvimento completamente oposto. Aqui, fica mais claro o posicionamento dos médios, e o porquê do mesmo. Em situações de jogo corrido, é, muitas vezes, o médio que fecha na ala, ficando o extremo mais livre para a transição. Aqui, ficam os 2 médios preparados para o momento de transição, como que tendo a certeza do mesmo. E assim foi, golo em transição com os médios como protagonistas. Tudo previsto, portanto.
Sporting - Valência (golo 3) - A nota principal do lance vai para a falta de preparação dos jogadores para o detalhe do fora de jogo. O posicionamento defensivo é estabelecido como se a lei do fora de jogo vigorasse neste tipo de situações, o que é normal, dado que a equipa quer estar assim posicionada no momento seguinte ao lançamento. Mas, porque, de facto, não há fora de jogo no acto do lançamento, é preciso uma atenção extra, porém, completamente ausente do lance. Sobretudo de João Pereira, que é quem está mais próximo do lançamento, não pode "apertar" a marcação quando tem espaço nas costas. Esse é o lapso mais importante para o desenvolvimento do lance, mas não se pode dizer que o lateral fique herdeiro solitário de toda a responsabilidade. Há uma perda de intensidade geral, que continua em Rinaudo, visivelmente pouco prevenido para a possibilidade de ter de dobrar junto à linha, e se estende até à área, onde Onyewu volta a perder o controlo de uma marcação, que devia ser facilmente anulável, dada a escassa presença de jogadores espanhóis na área.
Porto - Lyon (golo 1) - Tal como na generalidade dos lances do Valência, nada parece ser um acaso no golo do Lyon. Foco em Gomis, bola em Lisandro. O Porto é notoriamente surpreendido, notando-se a proximidade de Souza ao avançado francês. No entanto, há aqui um pormenor, que me parece fundamental no desenvolvimento do lance. Há alguma diferença entre o posicionamento base da equipa, em jogo corrido, e neste tipo de situações. Em particular, no posicionamento estratégico dos médios e na "folga" que é dada no espaço à frente dos centrais. Por ser concedido esse espaço, é importante que exista um encurtamento rápido da linha defensiva, assim a bola comece a progredir paralelamente à linha frontal da área. O problema, diria decisivo, é que Otamendi fica preso com Gomis, impedindo-o de recuperar a sua posição, para pressionar na frente de área. Isso e, claro, a qualidade de Lisandro.
Porto - Lyon (golo 2) - Tudo muito semelhante ao primeiro golo, mas com desenvolvimento completamente oposto. Aqui, fica mais claro o posicionamento dos médios, e o porquê do mesmo. Em situações de jogo corrido, é, muitas vezes, o médio que fecha na ala, ficando o extremo mais livre para a transição. Aqui, ficam os 2 médios preparados para o momento de transição, como que tendo a certeza do mesmo. E assim foi, golo em transição com os médios como protagonistas. Tudo previsto, portanto.