Melhor ou pior? - Raramente vemos algum responsável dizer que a "equipa está mais fraca", assim de forma directa. Por aqui argumento que o "este ano estamos mais fortes" que, invariavelmente, ouvimos antes do arranque oficial de cada temporada, tem, na prática, um valor muito reduzido, para não dizer mesmo nulo. A pergunta é: está o Benfica realmente mais forte? Que tem "mais soluções", como tanto salienta Jesus, é inequívoco, mas, no futebol, só jogam 11 de cada vez, e também é verdade que, quando olhamos para o melhor 11 da época anterior, perdeu 3 unidades de que não abdicaria por motivos estritamente técnicos: Coentrão, David Luiz e Salvio. Mas, e porque o futebol não se resume a um simples contar de espingardas, há, a vários níveis, uma série de incógnitas sobre aspectos decisivos e que não têm a ver, apenas, com o potencial individual. De todo o modo, e basta recordar o sentimento global de há 1 ano (o Benfica era campeão e favorito à revalidação do título), para perceber que a expectativa de hoje, não é de uma época mais fácil do que a anterior. Ou seja, para ser mais bem sucedido, o Benfica terá de ser substancialmente mais competente, seja com que jogadores for.
Baliza, uma evolução valiosa - Escrevi-o na antevisão à sua contratação, e mantenho a ideia de que os problemas na baliza serão resolvidos com Artur. Mesmo com Eduardo, regressar-se-á, pelo menos, a um rendimento de mínima estabilidade. Este pormenor pode não ser irrelevante, se atentarmos ao impacto negativo que tiveram os desempenhos dos guarda redes encarnados na época anterior.
Sistema, haverá novidades? - Há, nesta altura, fortes indícios de uma tentativa de mudança de sistema base. Porque Jesus reconhece a necessidade de oferecer mais apoio posicional à zona do pivot, e porque, talvez mais relevante ainda, Witsel se revela como uma mais valia incontornável, tendo sido como médio que o treinador projectou a sua integração na equipa.
Já escrevi que o Benfica faria bem em ter um modelo base em que se sentisse seguro para todos os jogos e não, apenas, para os considerados mais acessíveis. Pode ser o 4-4-2, que Jesus tem ameaçado, pode ser uma variante mais próxima do 4-1-4-1, como pareceu tentar na recta final frente ao Arsenal, ou pode ser, mesmo, o 4-1-3-2, garantindo outro tipo de resposta em termos defensivos. Mas, e este é o ponto principal, não basta mudar, ou pensar que, mudando apenas a estrutura, se garante mais qualidade. Por exemplo, o 4-4-2 que Jesus vem tentando parece ter muitos mais problemas de resposta defensiva do que o 4-1-3-2 habitual. Mais sobre a minha visão sobre isto, adiante...
Problemas defensivos - Começando pelo 4-1-3-2 actual. Existe um problema base, que tem a ver com estrutura aberta dos alas, a liberdade do 10 e, consequentemente, a exposição do pivot. Este problema é, supostamente, contornado pela agressividade do pressing. Se a equipa for agressiva e reactiva a pressionar, seja em organização, seja em transição, o pivot não tem de ser exposto. Porque, se o adversário for condicionado na sua construção, a linha defensiva tem condições para subir, fechar o espaço e adoptar, ela própria, uma postura pressionante. O problema do Benfica é que a equipa tem perdido, progressivamente, reactividade e agressividade defensivas. Primeiro, pela saída de Di Maria e Ramires, e, depois, pela passividade crescente de Saviola e Cardozo, na primeira linha.
O 4-4-2, por outro lado, revela-se, a meu ver, ainda mais problemático, nesta altura. Os problemas já foram realçados no vídeo sobre o jogo com o Arsenal, e têm a ver com o comportamento do corredor central. A equipa pressiona em 3 linhas, não parecendo haver a melhor prioridade na acção de pressão, partindo cada linha para a pressão activa, sem cuidar, primeiro, da coerência posicional em relação ao sector que actua nas suas costas. O resultado, tem sido o espaço entre sectores que ditou, não apenas as jogadas já revistas contra o Arsenal, mas a construção da melhor ocasião que o Trabzonspor teve na Luz. Há, aqui, um jogador que ajuda a corrigir este problema, Aimar. Revela, não só uma agressividade e efectividade muito maior do que Saviola e Cardozo, mas revela, também, uma permanente preocupação com o espaço nas suas costas.
Outro problema defensivo, vem da época anterior, e tem origem no critério da equipa em posse. O Benfica acumulou muito mais perdas de risco do que Porto e Sporting na liga passada, e, embora não me pareça (sublinho, "pareça"!) que tenha sido, este devia ser um tema prioritário para esta época.
Comportamentos ofensivos - O primeiro ponto a explorar, é a tendência actual da equipa para colocar 3 jogadores na primeira linha de construção, com Javi a baixar para a zona dos centrais. Esta solução é identificada, por exemplo, no Barcelona e no Porto, mas tem, no Benfica, uma consequência completamente diferente. Enquanto que, nos exemplos referidos, a ideia passa por colocar os laterais em profundidade, fazendo os restantes jogadores criar linhas de passe interiores, no Benfica verifica-se, uma predominância da ligação central-lateral, para primeiro passe se saída. Não é exclusivo, já que se vê, também, movimentos interiores dos extremos (Gaitan e Perez, sobretudo), mas é normalmente o que sucede. Por exemplo, a influência de Aimar e Saviola tem sido menor em situações de ataque posicional.
A consequência, é uma convergência para espaços mais fechados e uma dependência da capacidade dos protagonistas para "forçar" a penetração. Aqui, surge a mais grave consequência da saída de Coentrão, para a efectividade das saídas pelo corredor esquerdo.
Pessoalmente, diria que o Benfica pode trabalhar melhor o papel dos centrais, tanto mais que Garay se tem revelado num reforço significativo para a capacidade de construção. Assim, poderia também potenciar os movimentos de Aimar e Saviola no corredor central. Mas, qualquer evolução depende, primeiro, da definição da estrutura base da equipa.
Instabilidade emocional - Se, para Domingos, destaquei a resposta das suas equipas em termos de estabilidade e resposta emocional, no caso de Jesus, esse será, provavelmente, o detalhe que mais condicionará o sucesso das suas equipas. Basta pensar que, numa época, protagonizou a pior entrada na Liga de que há memória, sofreu uma goleada histórica no Dragão e perdeu de forma impensável em Israel, ou comprometeu uma final de Taça, sofrendo 3 golos em 11 minutos, sendo que, ao mesmo tempo e na mesma época, esteve às portas de uma final europeia, e protagonizou a maior série de vitórias da história do clube. Tudo isto, podia até ser um atípico caso acidental, mas não depois de todos os indícios do passado (eu próprio já tinha escrito sobre esta característica, na época anterior).
Opções individuais - Começando por uma referência aos reforços, sou da opinião de que o Benfica deve estar satisfeito em termos e qualidade, sendo que investiu muito, quer em valor, quer em quantidade. A questão da quantidade, porém, pode trazer 2 tipos de problemas. O sub aproveitamento de algum potencial por explorar (não pode haver revelações, sem oportunidades), e uma eventual dificuldade de gerir expectativas do grupo, ao longo da época (já escrevi sobre isto, no "Letra1").
Nas laterais, Emerson tem revelado uma excelente resposta a nível defensivo, denotando, porém, o tal problema já referenciado da dificuldade em corresponder às exigências da equipa, em termos ofensivos. Do outro lado, Maxi volta a rivalizar com Amorim, sendo que o português revelou alguns problemas neste seu regresso.
No centro, se Garay confirmar o rendimento e solidez reveladas (não analisei previamente), será uma grande notícia, sendo que lhe falta maior identificação com o comportamento posicional da linha defensiva, relativamente ao fora de jogo. Por outro lado, Jardel parece-me uma alternativa aos titulares mais consistente do que era Sidnei, há um ano.
No meio campo, Witsel tem confirmado em absoluto a minha análise prévia, sendo apenas indefinido o seu papel na equipa, já que seria um desperdício não o aproveitar (acabou o jogo com o Arsenal a lateral direito?!). Entre as novidades há, ainda, Matic. Foi um jogador muito elogiado no inicio da pré época e que, com franqueza, não conheço ainda o suficiente para considerações muito convictas. Do que vi, parece-me um jogador com mais potencial do que Javi em todos os aspectos do jogo, mas que não tem, ainda, o critério correcto para a posição onde joga. Se o adquirir (e se confirmar o meu prognóstico), poderá, realmente, ser uma ameaça para o espanhol.
Nas alas, muitas soluções. Gaitan, parece ser um indiscutível, face à sua confiança crescente e, claro, ao seu potencial. De Gaitan, porém, já escrevi suficiente. Entre as restantes opções, Perez parece-me a mais consistente (reparem na quantidade de faltas que consegue ganhar, assemelhando-se muito a Figo, na forma como protege a bola dos adversários). Mais "consistente", mas não necessariamente a melhor. Nolito tem revelado uma enorme capacidade para ser decisivo e, se a continuar a confirmar, não há forma de o riscar das melhores soluções. Sobre o espanhol, de notar o desenvolvimento de um movimento, aproveitando o ângulo do seu pé preferencial (direito), para fazer passes de rotura, que tem criado problemas aos adversários. Se incluirmos, ainda, a possibilidade de Jesus utilizar apenas 1 destes jogadores, parece sobrar muito pouco espaço para projectar Bruno César, ou quem quer que seja.
Na frente, a dúvida sobre o papel de Aimar. Reafirmo que, defensivamente, deve estar na primeira linha e que não deve ser o elemento mais próximo do pivot. Pelo menos com que isso, actualmente, implica. Noutro sentido, e tal como já escrevi, entendo estar Saviola. Não precisa de marcar para ser determinante, porque tem a capacidade de criar imenso, talvez mais do que qualquer outro. Foi isso que se passou, por exemplo, em grande parte da época anterior. A partir de certa altura, porém, essa capacidade desequilibradora evaporou-se, assim como a sua agressividade sem bola. Será pelo facto da equipa incidir cada vez mais nos corredores laterais? Talvez. O que é certo, é que, e na minha avaliação, o seu rendimento actual está muito longe de fazer dele o indiscutível e a mais valia que já foi.
Finalmente, Cardozo. Vou contrariar o que escrevi durante algum tempo, no inicio da época passada, porque, realmente, tendo a ver as coisas de outra forma. Cardozo tem uma relação com o golo que mais nenhum jogador do plantel garante (nem é fácil ir ao mercado encontrar). Se essa característica potencia, a prazo, a efectividade da equipa, que contra argumentos se podem utilizar? O facto, ainda assim, é que Cardozo tem oscilações de rendimento enormes, parecendo ser vulnerável à motivação de cada jogo, e cada momento. Diria que, em vez de tentar arranjar uma alternativa a Cardozo, o mais importante mesmo seria potenciar Cardozo, motivando-o.
Sistema, haverá novidades? - Há, nesta altura, fortes indícios de uma tentativa de mudança de sistema base. Porque Jesus reconhece a necessidade de oferecer mais apoio posicional à zona do pivot, e porque, talvez mais relevante ainda, Witsel se revela como uma mais valia incontornável, tendo sido como médio que o treinador projectou a sua integração na equipa.
Já escrevi que o Benfica faria bem em ter um modelo base em que se sentisse seguro para todos os jogos e não, apenas, para os considerados mais acessíveis. Pode ser o 4-4-2, que Jesus tem ameaçado, pode ser uma variante mais próxima do 4-1-4-1, como pareceu tentar na recta final frente ao Arsenal, ou pode ser, mesmo, o 4-1-3-2, garantindo outro tipo de resposta em termos defensivos. Mas, e este é o ponto principal, não basta mudar, ou pensar que, mudando apenas a estrutura, se garante mais qualidade. Por exemplo, o 4-4-2 que Jesus vem tentando parece ter muitos mais problemas de resposta defensiva do que o 4-1-3-2 habitual. Mais sobre a minha visão sobre isto, adiante...
Problemas defensivos - Começando pelo 4-1-3-2 actual. Existe um problema base, que tem a ver com estrutura aberta dos alas, a liberdade do 10 e, consequentemente, a exposição do pivot. Este problema é, supostamente, contornado pela agressividade do pressing. Se a equipa for agressiva e reactiva a pressionar, seja em organização, seja em transição, o pivot não tem de ser exposto. Porque, se o adversário for condicionado na sua construção, a linha defensiva tem condições para subir, fechar o espaço e adoptar, ela própria, uma postura pressionante. O problema do Benfica é que a equipa tem perdido, progressivamente, reactividade e agressividade defensivas. Primeiro, pela saída de Di Maria e Ramires, e, depois, pela passividade crescente de Saviola e Cardozo, na primeira linha.
O 4-4-2, por outro lado, revela-se, a meu ver, ainda mais problemático, nesta altura. Os problemas já foram realçados no vídeo sobre o jogo com o Arsenal, e têm a ver com o comportamento do corredor central. A equipa pressiona em 3 linhas, não parecendo haver a melhor prioridade na acção de pressão, partindo cada linha para a pressão activa, sem cuidar, primeiro, da coerência posicional em relação ao sector que actua nas suas costas. O resultado, tem sido o espaço entre sectores que ditou, não apenas as jogadas já revistas contra o Arsenal, mas a construção da melhor ocasião que o Trabzonspor teve na Luz. Há, aqui, um jogador que ajuda a corrigir este problema, Aimar. Revela, não só uma agressividade e efectividade muito maior do que Saviola e Cardozo, mas revela, também, uma permanente preocupação com o espaço nas suas costas.
Outro problema defensivo, vem da época anterior, e tem origem no critério da equipa em posse. O Benfica acumulou muito mais perdas de risco do que Porto e Sporting na liga passada, e, embora não me pareça (sublinho, "pareça"!) que tenha sido, este devia ser um tema prioritário para esta época.
Comportamentos ofensivos - O primeiro ponto a explorar, é a tendência actual da equipa para colocar 3 jogadores na primeira linha de construção, com Javi a baixar para a zona dos centrais. Esta solução é identificada, por exemplo, no Barcelona e no Porto, mas tem, no Benfica, uma consequência completamente diferente. Enquanto que, nos exemplos referidos, a ideia passa por colocar os laterais em profundidade, fazendo os restantes jogadores criar linhas de passe interiores, no Benfica verifica-se, uma predominância da ligação central-lateral, para primeiro passe se saída. Não é exclusivo, já que se vê, também, movimentos interiores dos extremos (Gaitan e Perez, sobretudo), mas é normalmente o que sucede. Por exemplo, a influência de Aimar e Saviola tem sido menor em situações de ataque posicional.
A consequência, é uma convergência para espaços mais fechados e uma dependência da capacidade dos protagonistas para "forçar" a penetração. Aqui, surge a mais grave consequência da saída de Coentrão, para a efectividade das saídas pelo corredor esquerdo.
Pessoalmente, diria que o Benfica pode trabalhar melhor o papel dos centrais, tanto mais que Garay se tem revelado num reforço significativo para a capacidade de construção. Assim, poderia também potenciar os movimentos de Aimar e Saviola no corredor central. Mas, qualquer evolução depende, primeiro, da definição da estrutura base da equipa.
Instabilidade emocional - Se, para Domingos, destaquei a resposta das suas equipas em termos de estabilidade e resposta emocional, no caso de Jesus, esse será, provavelmente, o detalhe que mais condicionará o sucesso das suas equipas. Basta pensar que, numa época, protagonizou a pior entrada na Liga de que há memória, sofreu uma goleada histórica no Dragão e perdeu de forma impensável em Israel, ou comprometeu uma final de Taça, sofrendo 3 golos em 11 minutos, sendo que, ao mesmo tempo e na mesma época, esteve às portas de uma final europeia, e protagonizou a maior série de vitórias da história do clube. Tudo isto, podia até ser um atípico caso acidental, mas não depois de todos os indícios do passado (eu próprio já tinha escrito sobre esta característica, na época anterior).
Opções individuais - Começando por uma referência aos reforços, sou da opinião de que o Benfica deve estar satisfeito em termos e qualidade, sendo que investiu muito, quer em valor, quer em quantidade. A questão da quantidade, porém, pode trazer 2 tipos de problemas. O sub aproveitamento de algum potencial por explorar (não pode haver revelações, sem oportunidades), e uma eventual dificuldade de gerir expectativas do grupo, ao longo da época (já escrevi sobre isto, no "Letra1").
Nas laterais, Emerson tem revelado uma excelente resposta a nível defensivo, denotando, porém, o tal problema já referenciado da dificuldade em corresponder às exigências da equipa, em termos ofensivos. Do outro lado, Maxi volta a rivalizar com Amorim, sendo que o português revelou alguns problemas neste seu regresso.
No centro, se Garay confirmar o rendimento e solidez reveladas (não analisei previamente), será uma grande notícia, sendo que lhe falta maior identificação com o comportamento posicional da linha defensiva, relativamente ao fora de jogo. Por outro lado, Jardel parece-me uma alternativa aos titulares mais consistente do que era Sidnei, há um ano.
No meio campo, Witsel tem confirmado em absoluto a minha análise prévia, sendo apenas indefinido o seu papel na equipa, já que seria um desperdício não o aproveitar (acabou o jogo com o Arsenal a lateral direito?!). Entre as novidades há, ainda, Matic. Foi um jogador muito elogiado no inicio da pré época e que, com franqueza, não conheço ainda o suficiente para considerações muito convictas. Do que vi, parece-me um jogador com mais potencial do que Javi em todos os aspectos do jogo, mas que não tem, ainda, o critério correcto para a posição onde joga. Se o adquirir (e se confirmar o meu prognóstico), poderá, realmente, ser uma ameaça para o espanhol.
Nas alas, muitas soluções. Gaitan, parece ser um indiscutível, face à sua confiança crescente e, claro, ao seu potencial. De Gaitan, porém, já escrevi suficiente. Entre as restantes opções, Perez parece-me a mais consistente (reparem na quantidade de faltas que consegue ganhar, assemelhando-se muito a Figo, na forma como protege a bola dos adversários). Mais "consistente", mas não necessariamente a melhor. Nolito tem revelado uma enorme capacidade para ser decisivo e, se a continuar a confirmar, não há forma de o riscar das melhores soluções. Sobre o espanhol, de notar o desenvolvimento de um movimento, aproveitando o ângulo do seu pé preferencial (direito), para fazer passes de rotura, que tem criado problemas aos adversários. Se incluirmos, ainda, a possibilidade de Jesus utilizar apenas 1 destes jogadores, parece sobrar muito pouco espaço para projectar Bruno César, ou quem quer que seja.
Na frente, a dúvida sobre o papel de Aimar. Reafirmo que, defensivamente, deve estar na primeira linha e que não deve ser o elemento mais próximo do pivot. Pelo menos com que isso, actualmente, implica. Noutro sentido, e tal como já escrevi, entendo estar Saviola. Não precisa de marcar para ser determinante, porque tem a capacidade de criar imenso, talvez mais do que qualquer outro. Foi isso que se passou, por exemplo, em grande parte da época anterior. A partir de certa altura, porém, essa capacidade desequilibradora evaporou-se, assim como a sua agressividade sem bola. Será pelo facto da equipa incidir cada vez mais nos corredores laterais? Talvez. O que é certo, é que, e na minha avaliação, o seu rendimento actual está muito longe de fazer dele o indiscutível e a mais valia que já foi.
Finalmente, Cardozo. Vou contrariar o que escrevi durante algum tempo, no inicio da época passada, porque, realmente, tendo a ver as coisas de outra forma. Cardozo tem uma relação com o golo que mais nenhum jogador do plantel garante (nem é fácil ir ao mercado encontrar). Se essa característica potencia, a prazo, a efectividade da equipa, que contra argumentos se podem utilizar? O facto, ainda assim, é que Cardozo tem oscilações de rendimento enormes, parecendo ser vulnerável à motivação de cada jogo, e cada momento. Diria que, em vez de tentar arranjar uma alternativa a Cardozo, o mais importante mesmo seria potenciar Cardozo, motivando-o.