- Aproveito a "onda" do primeiro ponto, e mantenho-me no terreno da eficácia, para falar dos avançados. Sobre Postiga, e para infelicidade do Sporting, terei, até agora, tido razão a mais no comentário, e alerta, que havia deixado antes do inicio da época. Escrevo "razão a mais", porque não é provável (nem eu me atreveria a antecipar tal coisa!) que um jogador, fosse ele qual fosse, desperdice tanto como fez Postiga nestes 2 jogos. Só ele, finalizou 7 dos 14 desequilíbrios que identifiquei. Agora, frente ao Beira Mar, tivemos a primeira impressão de Wolfswinkel, em jogos oficiais. No que respeita à finalização, teve 2 situações de jogo aéreo em que não mostrou grande agressividade. A pergunta que deixo é, quantos golos de cabeça marcou Wolfswinkel na sua carreira? O ponto sobre este jogador, e recupero, também, a ideia que deixara na antevisão que dele fizera, é que não penso poder tratar-se de um grande finalizador, mas, sim, de um jogador mais forte noutro tipo de acções, mais móveis. Por exemplo, poderia ser testado no papel que Postiga desempenhou no segundo tempo. Mas, no caso de Wolfswinkel, é apenas a minha avaliação, que para já se tem confirmado, mas que o tempo pode desmentir. Resta Bojinov, por quem Domingos deve estar nesta altura a suspirar, uma vez que Rubio, 60 minutos e 0 oportunidades depois, já passou a 4ªopção. Seja como for, deixo esta ressalva para que não se confunda o meu ponto: o Sporting (e os seus avançados) marcará golos e ganhará jogos, seja quem for que jogue. Obviamente. A análise que fiz, e que aqui recupero, prende-se com a dependência, que a equipa me parece ter, desta questão para que seja atingido um nível superior de rendimento e aproveitamento. No longo, e não no curto prazo.
- Passando, agora sim, ao jogo, é interessante verificar as origens dos problemas da equipa, na primeira parte. O ponto que, na minha leitura, é essencial, vai para as dificuldades de ligação em organização e para o facto do Sporting se ter visto forçado a iniciar, desde trás, praticamente todas as suas jogadas. Isto, porque o Beira Mar não "ofereceu" nada em termos de pressing, ao Sporting. Preferiu "jogar mal", não arriscar, e obrigar o Sporting a construir, sucessivamente. A equipa, neste particular da construção, mostrou um movimento de saída, que repetiu várias vezes, e com sucesso parcial. A bola, de Polga, entrava em Yannick que fazia um movimento interior, abrindo espaço para a progressão de João Pereira, o destinatário do passe seguinte. A parte "parcial" do sucesso deste movimento, dava-se no instante seguinte, porque nunca houve uma boa ligação a partir deste ponto. Do outro lado, pela esquerda, a saída foi sempre diferente. Rodriguez ligou quase sempre, e ao contrário de Polga, com Evaldo, e não com o extremo. Ora, a entrada da bola no lateral pareceu ser o "click" que o Beira Mar esperava para iniciar uma pressão mais activa, e o Sporting acabou sempre por inverter o sentido de marcha, quando tentou sair por este ponto (Capel recebia de costas, e sem condições para progredir). Sem chegar ao último terço, o Sporting não se podia "instalar" no meio campo adversário, e jogar a partir da sua boa reacção à perda. Entretanto, Matias foi-se tornando cada vez mais desconfortável com a sua ausência do jogo, e passou a baixar para a zona de Schaars e Rinaudo, em construção. A consequência foi o aumentar da distância entre a linha média e os avançados, com os 3 médios a aparecer, por mais do que uma vez, na mesma linha, e sem qualquer possibilidade de fazer uma ligação segura à fase seguinte do jogo. Foi aí que Domingos desesperou...
- A meu ver, a diferença de rendimento não se deu tanto pelas alterações em si, mas pela alteração de atitude, e clarificação de funções, após o intervalo. Alteração de atitude, porque a equipa passou a ser mais lesta em situações de pormenor. Por exemplo, não dando tanto tempo para que o adversário se organizasse após paragens do jogo. Clarificação de funções, pela colocação de Postiga mais claramente como elemento de ligação, e não tanto pedindo-lhe uma presença simétrica, em relação a Schaars. O Sporting foi entrando no bloco contrário, criando mais situações de apoio assim que entrava no bloco contrário, e, por consequência, empurrando o Beira Mar para trás, quando passou a jogar, finalmente, a partir de recuperações altas, e não a ter de iniciar, em construção baixa, jogada após jogada. O golo não surgiu, mas devia.
- Em suma, diria que a primeira parte mostrou, sobretudo, a necessidade de clarificar papeis e sistematizar movimentos na fase de construção, que possam garantir maior ligação entre as fases ofensivas. Isso e a atitude e intensidade, que são sempre essenciais, seja qual for a proposta de jogo. De resto, outro assunto que era fácil de antever é o tema das lesões. Rodriguez durou pouco, e junta-se a um histórico já elevado de lesões, numa época que ainda agora começou. Assim, torna-se mais difícil fazer evoluir a equipa...
- Uma nota para o desempenho defensivo. No balanço da pré época, referi que me parecia ser um bom sinal da equipa, apesar da percepção que tantos golos sofridos haviam criado. A minha ideia parece confirmar-se nestes primeiros jogos. Não por não ter sofrido golos, mas sim, pelo escassissimo volume de oportunidades que permitiu. Mesmo sendo uma oposição modesta, não é normal tanto controlo (basta ver os rivais). Outro ponto que há muito defendo tem a ver com a ideia de que o problema da defesa do Sporting nunca esteve no capítulo individual, e que as soluções que existiam eram suficientemente boas, tivesse a equipa uma melhor orientação. Até Evaldo, cujo meu diagnóstico não era o mesmo que para os restantes elementos da defesa, tem feito jogos bem melhores do que na época anterior. Não brilhantes, é certo, mas muito melhores do que no passado.
- Passando, agora sim, ao jogo, é interessante verificar as origens dos problemas da equipa, na primeira parte. O ponto que, na minha leitura, é essencial, vai para as dificuldades de ligação em organização e para o facto do Sporting se ter visto forçado a iniciar, desde trás, praticamente todas as suas jogadas. Isto, porque o Beira Mar não "ofereceu" nada em termos de pressing, ao Sporting. Preferiu "jogar mal", não arriscar, e obrigar o Sporting a construir, sucessivamente. A equipa, neste particular da construção, mostrou um movimento de saída, que repetiu várias vezes, e com sucesso parcial. A bola, de Polga, entrava em Yannick que fazia um movimento interior, abrindo espaço para a progressão de João Pereira, o destinatário do passe seguinte. A parte "parcial" do sucesso deste movimento, dava-se no instante seguinte, porque nunca houve uma boa ligação a partir deste ponto. Do outro lado, pela esquerda, a saída foi sempre diferente. Rodriguez ligou quase sempre, e ao contrário de Polga, com Evaldo, e não com o extremo. Ora, a entrada da bola no lateral pareceu ser o "click" que o Beira Mar esperava para iniciar uma pressão mais activa, e o Sporting acabou sempre por inverter o sentido de marcha, quando tentou sair por este ponto (Capel recebia de costas, e sem condições para progredir). Sem chegar ao último terço, o Sporting não se podia "instalar" no meio campo adversário, e jogar a partir da sua boa reacção à perda. Entretanto, Matias foi-se tornando cada vez mais desconfortável com a sua ausência do jogo, e passou a baixar para a zona de Schaars e Rinaudo, em construção. A consequência foi o aumentar da distância entre a linha média e os avançados, com os 3 médios a aparecer, por mais do que uma vez, na mesma linha, e sem qualquer possibilidade de fazer uma ligação segura à fase seguinte do jogo. Foi aí que Domingos desesperou...
- A meu ver, a diferença de rendimento não se deu tanto pelas alterações em si, mas pela alteração de atitude, e clarificação de funções, após o intervalo. Alteração de atitude, porque a equipa passou a ser mais lesta em situações de pormenor. Por exemplo, não dando tanto tempo para que o adversário se organizasse após paragens do jogo. Clarificação de funções, pela colocação de Postiga mais claramente como elemento de ligação, e não tanto pedindo-lhe uma presença simétrica, em relação a Schaars. O Sporting foi entrando no bloco contrário, criando mais situações de apoio assim que entrava no bloco contrário, e, por consequência, empurrando o Beira Mar para trás, quando passou a jogar, finalmente, a partir de recuperações altas, e não a ter de iniciar, em construção baixa, jogada após jogada. O golo não surgiu, mas devia.
- Em suma, diria que a primeira parte mostrou, sobretudo, a necessidade de clarificar papeis e sistematizar movimentos na fase de construção, que possam garantir maior ligação entre as fases ofensivas. Isso e a atitude e intensidade, que são sempre essenciais, seja qual for a proposta de jogo. De resto, outro assunto que era fácil de antever é o tema das lesões. Rodriguez durou pouco, e junta-se a um histórico já elevado de lesões, numa época que ainda agora começou. Assim, torna-se mais difícil fazer evoluir a equipa...
- Uma nota para o desempenho defensivo. No balanço da pré época, referi que me parecia ser um bom sinal da equipa, apesar da percepção que tantos golos sofridos haviam criado. A minha ideia parece confirmar-se nestes primeiros jogos. Não por não ter sofrido golos, mas sim, pelo escassissimo volume de oportunidades que permitiu. Mesmo sendo uma oposição modesta, não é normal tanto controlo (basta ver os rivais). Outro ponto que há muito defendo tem a ver com a ideia de que o problema da defesa do Sporting nunca esteve no capítulo individual, e que as soluções que existiam eram suficientemente boas, tivesse a equipa uma melhor orientação. Até Evaldo, cujo meu diagnóstico não era o mesmo que para os restantes elementos da defesa, tem feito jogos bem melhores do que na época anterior. Não brilhantes, é certo, mas muito melhores do que no passado.