- Tenho de começar pelo inicio do jogo. Pelos primeiros minutos, e pelo condicionamento que o Vitória fez ao jogo do Porto. Machado manteve os protagonistas, mas não a organização perante a construção contrária. Colocou, desta vez, uma linha de 4 no meio campo, e as dificuldades do Porto foram enormes, ausentando-se da área contrária durante quase 30 minutos, apesar de ter tido sempre a bola. A colocação de mais elementos na linha média do Vitória, impediu que o Porto fizesse a ligação que gosta de fazer com os extremos, quer através do mesmo corredor de saída, quer através das ligações entre central/médio e o corredor oposto, que tanto se havia visto no jogo da Supertaça. O Porto não conseguiu introduzir as suas dinâmicas habituais, trazer os médios para a construção, ou usar a atractividade com bola dos centrais. Por mérito do Vitória, e, também, algum demérito próprio.
- Este cenário ditou, em parte, um óptimo posicionamento do Vitória para provocar a surpresa. Porque, se o Porto tinha a bola, isso era concedido, fazia parte da ideia de Machado. O que não fazia parte da ideia de Vitor Pereira era ter bola e não conseguir progredir. Porque, ter bola, estar aberto e sempre na zona de construção, implica prolongar um risco de perda e sucessiva transição. Aqui, tenho de sublinhar o "em parte" do inicio do parágrafo. Porque se o Vitória bloqueou o Porto, em termos de construção, foi absolutamente incapaz de finalizar com qualidade a proposta que trazia para o jogo. A transição, e o primeiro passe após a recuperação, foram quase sempre maus. Algo que espanta, porque as equipas de Machado costumam ter, nesse momento, a sua grande virtude. Mas há, neste Vitória, uma invulgar bipolaridade técnica em muitos jogadores, que torna as acções sempre muito instáveis.
- Neste contexto, que se gerou na primeira parte, reside o alerta para o Porto. A equipa conseguiu as suas oportunidades, até mais do que o Vitória, mas não teve o jogo sob o seu controlo, sendo mesmo o adversário quem usufrui das ocasiões mais soberanas. Um sinal do que pode suceder no futuro, e do tipo de condicionalismo que poderá enfrentar. Ainda sobre o papel do Vitória, uma palavra para Machado, que é uma espécie de vilão do futebol português, pelo menos neste meio "cibernauta". Realmente, discordo de muitas abordagens do treinador, mas não me revejo em alguns tons de agressividade que encontro recorrentemente. Não em relação ele, nem em relação a qualquer profissional. Não sem contraditório, e não perante alguém que tenha um leque de experiências e elementos a que eu não tive acesso.
- Mas o Porto, levou realmente a melhor no jogo, e, até, deveria ter conseguido maior conforto, bem mais cedo. Há uma intenção clara de potenciar o papel dos extremos nesta equipa. Quer pela tentativa de os libertar no 1x1, quer pelas dinâmicas em construção, que os trazem para o corredor central, onde podem aproveitar o facto de jogarem, habitualmente, com o "pé trocado". E foi assim que o Porto criou as suas primeiras ocasiões. Com Varela e Hulk, a partir de lançamentos laterais, a libertarem-se no espaço "entrelinhas". Isto, na primeira parte.
- Na segunda parte, o jogo foi diferente. O Vitória apareceu mais agressivo e mais desorganizado, o que possibilitou, agora sim, um ascendente evidente do Porto. Não tanto pelo domínio territorial, mas pela proximidade que passou a ter com o golo. Como não marcou, o Vitória foi continuando a acreditar, acabando por forçar um final de jogo de maior risco para os portistas. Não se pode elogiar a organização do Vitória, mas pode-se elogiar a sua atitude, que, conseguiu, pelo menos, prolongar alguma dúvida até ao fim.
- No campo individual, o destaque tem de ir para Hulk. É, de resto, a primeira grande exibição da liga, com o jogador a ser a grande fonte de desequilíbrios da equipa. Não é pelo golo, de penalti, mas pelo facto de ter criado 6 oportunidades, nas quais só finalizou 1. Não é para todos. Em sentido oposto, uma estreia pouco auspiciosa de Guarin, algo inconsistente em posse, e ajudando a que a equipa não se encontrasse nos minutos iniciais. Defensivamente, Souza (outra vez) e Otamendi, merecem notas de realce. E Hélton, claro.
- Este cenário ditou, em parte, um óptimo posicionamento do Vitória para provocar a surpresa. Porque, se o Porto tinha a bola, isso era concedido, fazia parte da ideia de Machado. O que não fazia parte da ideia de Vitor Pereira era ter bola e não conseguir progredir. Porque, ter bola, estar aberto e sempre na zona de construção, implica prolongar um risco de perda e sucessiva transição. Aqui, tenho de sublinhar o "em parte" do inicio do parágrafo. Porque se o Vitória bloqueou o Porto, em termos de construção, foi absolutamente incapaz de finalizar com qualidade a proposta que trazia para o jogo. A transição, e o primeiro passe após a recuperação, foram quase sempre maus. Algo que espanta, porque as equipas de Machado costumam ter, nesse momento, a sua grande virtude. Mas há, neste Vitória, uma invulgar bipolaridade técnica em muitos jogadores, que torna as acções sempre muito instáveis.
- Neste contexto, que se gerou na primeira parte, reside o alerta para o Porto. A equipa conseguiu as suas oportunidades, até mais do que o Vitória, mas não teve o jogo sob o seu controlo, sendo mesmo o adversário quem usufrui das ocasiões mais soberanas. Um sinal do que pode suceder no futuro, e do tipo de condicionalismo que poderá enfrentar. Ainda sobre o papel do Vitória, uma palavra para Machado, que é uma espécie de vilão do futebol português, pelo menos neste meio "cibernauta". Realmente, discordo de muitas abordagens do treinador, mas não me revejo em alguns tons de agressividade que encontro recorrentemente. Não em relação ele, nem em relação a qualquer profissional. Não sem contraditório, e não perante alguém que tenha um leque de experiências e elementos a que eu não tive acesso.
- Mas o Porto, levou realmente a melhor no jogo, e, até, deveria ter conseguido maior conforto, bem mais cedo. Há uma intenção clara de potenciar o papel dos extremos nesta equipa. Quer pela tentativa de os libertar no 1x1, quer pelas dinâmicas em construção, que os trazem para o corredor central, onde podem aproveitar o facto de jogarem, habitualmente, com o "pé trocado". E foi assim que o Porto criou as suas primeiras ocasiões. Com Varela e Hulk, a partir de lançamentos laterais, a libertarem-se no espaço "entrelinhas". Isto, na primeira parte.
- Na segunda parte, o jogo foi diferente. O Vitória apareceu mais agressivo e mais desorganizado, o que possibilitou, agora sim, um ascendente evidente do Porto. Não tanto pelo domínio territorial, mas pela proximidade que passou a ter com o golo. Como não marcou, o Vitória foi continuando a acreditar, acabando por forçar um final de jogo de maior risco para os portistas. Não se pode elogiar a organização do Vitória, mas pode-se elogiar a sua atitude, que, conseguiu, pelo menos, prolongar alguma dúvida até ao fim.
- No campo individual, o destaque tem de ir para Hulk. É, de resto, a primeira grande exibição da liga, com o jogador a ser a grande fonte de desequilíbrios da equipa. Não é pelo golo, de penalti, mas pelo facto de ter criado 6 oportunidades, nas quais só finalizou 1. Não é para todos. Em sentido oposto, uma estreia pouco auspiciosa de Guarin, algo inconsistente em posse, e ajudando a que a equipa não se encontrasse nos minutos iniciais. Defensivamente, Souza (outra vez) e Otamendi, merecem notas de realce. E Hélton, claro.