Malaga - Sporting - Foi o principal problema da equipa e, em nenhum como neste jogo, o Sporting sentiu tantas dificuldades em organização defensiva. O problema deriva, primeiro (e este é o ponto a destacar), da intencionalidade estratégica do Malaga para atrair os alas para o interior (sobretudo, Cazorla) e abrir espaços nos corredores para a entrada dos laterais. Chamo a atenção para o pormenor da estratégia "atracção no centro, liberdade nos corredores", porque, somos mais vezes confrontados com a intenção inversa, ou seja "atracção nos corredores laterais, liberdade ao centro". A meu ver, e este é um bom exemplo, é errado generalizar-se para o que é certo, ou não, fazer. Ou seja, o corredor central não tem de ser o "destino". O único "destino" no futebol, é a baliza.
Relativamente ao Sporting, não há, na minha análise, nada errado nos comportamentos posicionais colectivos. Há um encurtamento de espaços entre sectores e jogadores, e uma boa densidade do bloco. O que não há, porém, é capacidade agressiva no espaço. O Sporting cria zonas de pressão, mas o Malaga sai sucessivamente delas, em posse. Destaque, neste plano, para a linha média, que (sem Rinaudo) volta a denotar um mal da época anterior, e para Onyewu, que não consegue por várias vezes pressionar o avançado que recebe à sua frente. Porque não se joga alto apenas para aumentar a estatística dos fora de jogo. Joga-se alto para pressionar no espaço que se encurta, e esse é um papel muito importante dos centrais (veja-se Rodriguez, por exemplo).
Não conseguindo, mesmo sendo denso, ser agressivo no espaço, naturalmente que o Sporting sofreu as consequências do seu défice de presença nessa zona. Domingos corrigiu na segunda parte, com a colocação de mais 1 médio, e as coisas melhoraram (também porque entrou Rinaudo, assinale-se, que tem uma capacidade interventiva completamente diferente de Schaars ou André Santos)
Benfica - Arsenal - Dois casos que quero explorar, na primeira parte deste jogo...
Primeiro, sobre o comportamento defensivo do Benfica. Já havia alertado para o facto de o Benfica denotar alguns problemas de adaptação aos comportamentos posicionais, jogando com 2 médios, lado a lado. Aqui, e porque fica sempre um jogador do Arsenal livre no corredor central, pode-se levantar o problema da inferioridade numérica. Mas, se a referência principal é a zona, logicamente, nunca podemos começar por analisar a questão do ponto de vista da presença individual. E, olhando para o espaço, vemos que o Benfica (ao contrário do Sporting, no exemplo anterior) não dá prioridade à preservação dos espaços entre sectores no seu comportamento pressionante.
Ou seja, não me parece ser necessariamente inviável jogar com 2 médios na zona central, o que entendo é que, para tal, é preciso que a equipa garanta sempre boa proximidade entre sectores e que os jogadores (médios ou avançados) não saiam em movimentos pressionantes sem que o bloco esteja devidamente compacto. Primeiro, deve-se garantir a coerência colectiva e, só depois, pressionar. Mas não foi isso que aconteceu em alguns casos.
O outro pormenor não é tão relevante, mas é curiosa a diferença de atitude identificada em 2 casos, entre Garay e Luisão, relativamente à linha de fora de jogo. No primeiro caso, Garay opta por tentar controlar o movimento de Gervinho, não respeitando o posicionamento de Luisão, à sua frente. Na repetição, fica claro que o marfinense ficaria em fora de jogo, caso o central tivesse mantido a coerência da linha, por Emerson também o fez. No outro caso, minutos mais tarde, Luisão, perante uma situação de incerteza com o controlo de Van Persie, tem a opção inversa, ou seja, tenta preservar o posicionamento colectivo. O esforço de Luisão foi inglório e tardio (Amorim estaria a colocar em jogo Van Persie, de qualquer maneira), mas o ponto que quero focar vai para a diferença de comportamentos entre os dois jogadores, o que se explicará pela presença ainda recente de Garay, na Luz.
Não conseguindo, mesmo sendo denso, ser agressivo no espaço, naturalmente que o Sporting sofreu as consequências do seu défice de presença nessa zona. Domingos corrigiu na segunda parte, com a colocação de mais 1 médio, e as coisas melhoraram (também porque entrou Rinaudo, assinale-se, que tem uma capacidade interventiva completamente diferente de Schaars ou André Santos)
Benfica - Arsenal - Dois casos que quero explorar, na primeira parte deste jogo...
Primeiro, sobre o comportamento defensivo do Benfica. Já havia alertado para o facto de o Benfica denotar alguns problemas de adaptação aos comportamentos posicionais, jogando com 2 médios, lado a lado. Aqui, e porque fica sempre um jogador do Arsenal livre no corredor central, pode-se levantar o problema da inferioridade numérica. Mas, se a referência principal é a zona, logicamente, nunca podemos começar por analisar a questão do ponto de vista da presença individual. E, olhando para o espaço, vemos que o Benfica (ao contrário do Sporting, no exemplo anterior) não dá prioridade à preservação dos espaços entre sectores no seu comportamento pressionante.
Ou seja, não me parece ser necessariamente inviável jogar com 2 médios na zona central, o que entendo é que, para tal, é preciso que a equipa garanta sempre boa proximidade entre sectores e que os jogadores (médios ou avançados) não saiam em movimentos pressionantes sem que o bloco esteja devidamente compacto. Primeiro, deve-se garantir a coerência colectiva e, só depois, pressionar. Mas não foi isso que aconteceu em alguns casos.
O outro pormenor não é tão relevante, mas é curiosa a diferença de atitude identificada em 2 casos, entre Garay e Luisão, relativamente à linha de fora de jogo. No primeiro caso, Garay opta por tentar controlar o movimento de Gervinho, não respeitando o posicionamento de Luisão, à sua frente. Na repetição, fica claro que o marfinense ficaria em fora de jogo, caso o central tivesse mantido a coerência da linha, por Emerson também o fez. No outro caso, minutos mais tarde, Luisão, perante uma situação de incerteza com o controlo de Van Persie, tem a opção inversa, ou seja, tenta preservar o posicionamento colectivo. O esforço de Luisão foi inglório e tardio (Amorim estaria a colocar em jogo Van Persie, de qualquer maneira), mas o ponto que quero focar vai para a diferença de comportamentos entre os dois jogadores, o que se explicará pela presença ainda recente de Garay, na Luz.