25.8.11

Estatísticas: proveitos meus, méritos vossos

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Neste defeso propus-me o desafio de analisar grande parte dos reforços dos 3 "grandes", antes destes actuarem com as novas cores. O exercício não foi inocente. Não pretendia, apenas, conseguir uma antecipação descritiva, ou uma identificação de tipologia de características (isso é relativamente básico), mas, antes sim, projectar impactos nos novos cenários competitivos. Talvez, o propósito que persigo esta melhor descrito neste artigo, que escrevi na altura, no "Letra1". Os resultados desse exercício, apresentei-os aqui, como os mais atentos recordarão.

Hoje, após muito pouco tempo, e sem que o balanço esteja definitivamente apurado, tenho de confessar a minha satisfação com os primeiros resultados. Alguma admiração, mesmo, porque não esperava tanto. Casos como Artur Moraes, Rodriguez, Rinaudo, Schaars, Wolfswinkel, Witsel ou Kléber, confirmam, já com alguma certeza, muito do que deles previ. Repito, não apenas ao nível da tipologia, mas em termos de impacto. Há, ainda, muitos casos sem oportunidade para ter um balanço (alguns provavelmente nunca terão) e outros em que, pelo menos para já, não fui tão certeiro (Nolito, fundamentalmente). A estes, os que tiveram acerto, junto ainda José Luis Fernandez, para quem havia dedicado um exercício semelhante, no mercado de Inverno. Por não considerar esta, uma avaliação trivial quando feita à priori, confesso-me muito satisfeito.

Há, nesta evolução - porque não penso ter sido capaz do mesmo em anos anteriores - uma justificação. A integração da componente estatística. Não me acrescenta muito em termos de análise de movimentos e características, mas permite-me padronizar e relativizar o rendimento, para, depois, o poder projectar com mais certeza no novo contexto. Não espero que compreendam muito bem esta explicação, porque sei que não é fácil sem mais detalhe, mas é esta a experiência que tenho para partilhar.

A minha satisfação provém daquilo que considero ser a melhor, talvez única, evidência da utilidade do conhecimento: o poder explicativo do que não é trivial. Como é no futuro que reside a incerteza, entendo que antecipar e projectar correctamente, é um grande teste para quem se propõe conhecer mais.

Mas, se a conhecimento se pode reflectir na capacidade de antecipar melhor, já a inteligência se verifica na aptidão para lidar com situações novas. E, é aqui que entram muitos dos que participaram, desse lado, neste exercício. O que propus, há um ano, foi algo distinto das análises descritivas convencionais. Estar deste lado, foi trabalhoso, sim, mas não assumo o mesmo mérito intelectual daqueles que, desse lado, leram, utilizaram ou criticaram construtivamente algo que era novo, estranho e, sobretudo, que não podiam ver "por dentro". Uma prova intelectual que, para mim, se transformou num contributo muito útil.

Mantenho este blogue há 5 anos, mas nenhum valeu tanto a pena do ponto de vista da aprendizagem e do enriquecimento, como este último. Neste tempo, tenho escrito muito, mas agradecido pouco. Pois, faço agora a minha vénia. Enquanto constato os meus proveitos, agradeço-vos, reconhecendo a vossa inteligência, rara, e os vossos méritos.

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