11.1.10

Sporting - Leixões: Xanax exibicional!

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Se a partida se fez rodear de alguma expectativa pelas novidades individuais, foi pelo lado colectivo que o Sporting surpreendeu. A vitória não teve números generosos, nem sequer fugiu ao sofrimento de outras ocasiões, mas o futebol, esse, foi sem dúvida diferente. O melhor da época em Alvalade, mesmo considerando a inegável modéstia do adversário. Nem tudo foi óptimo, ou não teria sido preciso esperar tanto para sentir perto os 3 pontos, mas foi, seguramente, um excelente sinal para Carvalhal e... um Xanax para as bancadas!

As melhorias na construção não são de hoje, vêm desde a entrada do actual técnico e desde sempre as referenciei. Uma diferença, mais do que tudo, de concepção de jogo que não teve, porém, sempre a melhor interpretação. Desta vez, no entanto, o Sporting conseguiu finalmente apresentar um futebol de grande fluidez, envolvendo por completo o adversário que, face à sucessiva movimentação da bola e adversários nunca conseguiu encontrar o tempo e a ocasião para pressionar. O resultado foi, como se viu, um enorme domínio do Sporting, com o Leixões a ficar sem grandes hipóteses para recuperar e sair em transição.

O senão, e ele existe, é que o Sporting, apesar de toda essa fluidez de jogo, não esteve assim tão perto do golo nos primeiros 45 minutos. Um problema que, obviamente, tem de ser analisado, já que é fundamental que a qualidade nas primeiras fases ofensivas tenha seguimento igualmente expressivo no último terço. Pessoalmente, o motivo que encontro tem sobretudo a ver com a dupla de atacantes. Postiga e Saleiro são morfologicamente semelhantes, fortes no apoio que dão à circulação, longe da baliza, mas não tão capazes de desequilibrar quando o jogo se aproxima da baliza. Postiga, com maior qualidade global do que Saleiro, vive um período terrível em termos psicológicos, motivado pela seca de golos, e isso afecta-o assim que se aproxima da área contrária. Saleiro, apesar de viver um bom momento de confiança, é essencialmente um jogador posicional, sem explosão para criar outro tipo de embaraços. Particularmente, porque era importante pela forma como o Leixões defendeu, nem um nem outro são especialmente fortes nos movimentos em profundidade e isso terá sido decisivo para a tal “falta de baliza”, apesar de toda a qualidade de jogo apresentada.

Individualidades e... João Pereira

O principal sinal de uma melhoria colectiva é dado quando existe uma melhoria individual generalizada. E isso aconteceu. Praticamente todos os jogadores leoninos estiveram em bom plano e casos como Grimi ou, especialmente, Vukcevic terão realizado mesmo as melhores exibições desde há muito.

Entre todos, claro, o destaque maior vai para João Pereira. Não é por 90 minutos que fica sentenciado o seu percurso de leão ao peito, mas é inegável que acrescenta uma grande qualidade ao futebol do Sporting e a melhoria geral não pode ser dissociada do impacto da sua entrada na equipa. Jogos mais difíceis virão, mas o que espero, e já esperava, de João Pereira é precisamente o que rendeu frente ao Leixões. Ou seja, o suficiente para resolver um problema individual que claramente existia no jogo da equipa.

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