25.1.10

Belluschi vs Micael: "duelo" por um lugar

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O lance que desencadeou a vitória portista teve a participação de ambos. Talvez se possa até dizer que teve um pouco do melhor que cada um pode oferecer. O livre que a técnica de Belluschi se encarregou de colocar no ângulo da baliza estorilista fora ganho pelo bom posicionamento de Ruben Micael na cabeça da área. Se é óbvio que não são inconciliáveis, é também bastante claro que algo de improvável terá de acontecer para que, de facto, joguem os dois no mesmo onze. O jogo, de resto, teve este como o seu verdadeiro tempero. Ver a estreia de Ruben, lado a lado com Belluschi. Porque, de resto, quer de um lado, quer do outro, as ausências retiraram boa parte do interesse à partida...

Belluschi – Se fosse sempre em transição...
Não deixa de ser curioso, no mínimo, que tenha esperado pela estreia de um possível substituto para marcar. Como havia referido, apesar dos resultados recentes e apesar da contratação de Ruben Micael, Belluschi tem-se encontrado mais nos últimos jogos. É forçado e, talvez mesmo, errado falar-se em melhoria porque o que tem acontecido é uma adaptação do jogador e uma tentativa do próprio de encontrar formas de se fazer mais útil e presente para a equipa.

Há tempos referi que a sua vocação é jogar próximo da área e que é aí que se torna realmente perigoso. É verdade, mas também o é, tal como também expliquei então, que no modelo portista não há espaço para uma função desse tipo. O resultado era um eclipse de Belluschi nos jogos de menor espaço, encurralado entre as linhas do adversário e sem mobilidade para criar soluções de passe. A solução do argentino tem sido recuar. Se não gosta e não tem queda para trabalhar pelos espaços, Belluschi baixa, muitas vezes até onde for preciso, para receber no pé e dar ele próprio inicio às jogadas. Quando encontra soluções de combinação – Varela tem sido o melhor parceiro – consegue aproximar-se da área, caso contrário fica longe. E esse é o problema. Ficar longe da área implica, e reforço a ideia, abdicar do melhor que Belluschi tem, trocando-o por algo que não representa tão grande mais valia. Um problema difícil de resolver e que só se eclipsa num momento: a transição.

Ruben Micael – Sem brilho, mas com vantagem
Não se pode dizer que tenha sido uma grande estreia. Brilhante, isto é. Não foi, e Ruben confirmou que, por exemplo, em relação a Belluschi não representa uma mais valia em termos técnicos. Daí a necessidade que apontei de continuar a evoluir nesse campo.

Apesar disso, foi uma boa estreia. Conseguiu influência no jogo ofensivo e ser, sobretudo na primeira parte, uma das principais fontes de desequilíbrio da equipa. Fruto, claro, da sua já mais do que referenciada cultura de movimentos, permitindo-lhe ser apoio para a circulação e, de um momento para o outro, aparecer nas costas dos médios, pronto a finalizar.

É curioso como, neste aspecto particular da comparação com Belluschi, contrasta tanto com o seu novo companheiro e potencial rival para a titularidade. Pode dizer-se que o ponto forte de um é o fraco do outro, e vice versa. Um, Belluschi, é um notável executante, o outro, Micael, um jogador de enorme inteligência e cultura de movimentação. Ainda assim, tudo somado, parece-me claro que, mesmo em inicio de adaptação, é já o madeirense quem leva vantagem. Mais testes serão, porém, necessários...

Uma nota final. Na segunda parte jogou sobre a direita, num 4-1-3-2. Apesar de ter estado muito na zona central e de aí ter caído com grande frequência, parece-me que não é um posicionamento que se lhe adeqúe. Ruben, e também já o defendi no passado, é um jogador de corredor central e é por aí que poderá, realmente, crescer...

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