5.1.10

Saleiro, Postiga e a importância de "ter golo"

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Tem boa presença física, boa técnica e decide geralmente bem. É verdade. Mas isso não faz de Saleiro uma certeza ao mais alto nível. Muito pelo contrário. Como Saleiro, há muitos por esse mundo fora e um bom exemplo de como estas características não são suficientes para se impor está na carreira daquele que foi o seu mais recente companheiro de ataque, Hélder Postiga. Um jogador também dotado com uma série de atributos apreciáveis mas que vem sucessivamente falhando no objectivo de se afirmar com um rendimento superior. Falta aqui um dado, aquele que definirá realmente até que altura poderá, ou não, Saleiro voar: “ter golo”.

A veia goleadora é sujeita a análises radicalmente opostas. Para alguns, parece ser a única métrica, para outros, a mais irrelevante. A verdade é que, para um avançado em particular, a capacidade goleadora não pode ser dissociada dos outros aspectos. A explicação é simples e qualquer avançado o pode confirmar. Para quem joga perto das balizas a relação com o golo é um dado absolutamente fundamental em termos psicológicos. Se um golo pode mudar a história de um jogo, pode também fazer milagres para a exibição individual do avançado que o marca. A explicação está no enorme impacto que tem o golo na confiança de um avançado. Um jogador que marca com frequência facilmente adquire confiança para evoluir noutros aspectos do jogo. Aquele que “esbarra” sistematicamente à frente da baliza, inevitavelmente ficará também afectado noutros capítulos do jogo, perdendo aí também confiança e rendimento. E não é difícil encontrar exemplos práticos deste fenómeno.

É por isso que a grande notícia para Saleiro poderá estar naqueles 2 simples pontapés que definiram os golos que marcou. É por eles que está mais confiante, é por eles que tem hoje condições para render globalmente mais, mas é também por esses 2 golos que se abre a única via de acesso para a ascensão de Saleiro ao mais alto nível: “ter golo”.
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