20.11.09

As 3 semanas de Queiroz: eu acredito!

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Não tinha o perfil que entendia ser mais adequado, tal como referi na altura, mas não me impede de sentir alguma desilusão com o primeiro ano da “era Queiroz”. Não pelas dificuldades que sentiu no apuramento, mas porque esperava que Queiroz conseguisse o que Scolari nunca conseguiu, ou seja, fazer evoluir o modelo de jogo nacional. E a verdade é que isso, em qualidade, não aconteceu. Queiroz invocou-o e por ter alguma legitimidade no argumento, julgo ser-lhe devida uma última oportunidade. Um benefício, que conquistou com o triunfo da “operação Bósnia”. Não, não tem a ver com os resultados. Tem, isso sim, a ver com o tempo de treino que Queiroz não teve de forma contínua, mas que agora terá, às portas do Inverno africano. 3 semanas.

O futebol é um jogo colectivo e, como tal, precisa sobretudo de um enfoque colectivo. As individualidades são sempre uma questão secundária em relação ao colectivo. Foi assim que, por exemplo, Scolari, conseguiu a superação de um todo, mesmo sem levar, em absoluto, aqueles que eram individualmente melhores. O problema, repito a ideia, é que o brasileiro se ficou sempre pela vertente psicológica do trabalho colectivo e nunca conseguiu nada em termos tácticos.

A focalização de Queiroz foi, desde o inicio, outra. Por isso criticou tantas vezes o facto de haver poucos jogadores com experiência na Selecção, e por isso também, se concentrou sobretudo em encontrar novas soluções individuais. Individuais. Não espanta que as coisas colectivamente tenham sido difíceis...

Mas algumas coisas foram mudando. Talvez tenha sido do choque dos resultados, agravado pelo traumatismo provocado pela goleada no Brasil, talvez tenha sido apenas pela natural estabilização das suas próprias ideias. A verdade é que a famosa frase de Queiroz sobre quem iria com ele para a selva, teve efeitos práticos. Escolheu os seus homens de confiança, colocou-os sempre em campo e, tal como Scolari, tirou proveitos a prazo. Pelo meio tivemos uma proveitosa experiência pelo 4-4-2, protagonizando a melhor exibição portuguesa da sua era, em terras dinamarquesas. Um momento curto e que espero possa ser apenas o aperitivo para Junho.

Fico, pois, à espera do produto das tais 3 semanas que Queiroz tanto reclama, na ilusão de que delas resulte um candidato ao título mundial. E eu acredito que é possível.
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