11.11.09

Javi Garcia e o outro lado do "pivot" defensivo

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Nem todos os modelos o adoptam, nem todos os treinadores fazem questão de o ter. Quando o “pivot” existe, no entanto, a sua missão é inevitavelmente de uma relevância capital para a respectiva equipa. Essa importância táctica é, na minha opinião, frequentemente confundida com brilhantismo de desempenho. Isto é, a missão é fundamental tacticamente, mas não tem o grau de exigência técnica de outros papeis, pelo que é mais simples aproximar-se da perfeição. Tudo isto tem a ver com a limitação ofensiva que é dada ao “pivot” em vários modelos actuais. É o caso do Benfica. A utilidade ofensiva deste elemento para a criação de desequilíbrios não tem de ser forçosamente nula. A evidência esteve no protagonismo de Javi Garcia, bem perto do minuto 90.

3 exemplos. Fernando no Porto, Javi Garcia no Benfica e Yaya Touré no Barcelona. 3 características comuns. Forte limitação táctica, exigindo-se enorme concentração posicional e grande segurança em posse. Passes de rotura e jogadas de desequilíbrio ofensivo são, em qualquer dos casos, de frequência praticamente nula. Mas há uma coisa que separa Fernando dos outros 2. É que, enquanto Touré e Garcia são armas nas situações de bola parada, Fernando não o é.

Não é por acaso. Nem no caso da escolha de Touré por Guardiola, nem no caso de Garcia por Jesus. A capacidade aérea, fortemente condicionada pela estatura, é um ponto fundamental para a escolha do eleito. Aliás, Benfica e Barcelona partilham no aspecto da estatura uma disposição francamente útil e inteligente. Na zona criativa, a capacidade aérea é perfeitamente secundária, com ambas as equipas a contar com vários elementos de muito baixa estatura (a excepção é mesmo a referência ofensiva). Mas, mais atrás, a capacidade aérea é enorme, sendo não só útil em termos defensivos como também para fazer proveito das situações de bola parada que os “baixotes” conseguem arrancar.
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