27.10.08

Paços - Sporting: Inconstante

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Sporting – Para explicar os 2 pontos deixados em Paços, apontaria 2 motivos. O primeiro, a incapacidade para o Sporting manter maior consistência exibicional, variando a qualidade dos seus momentos. Segundo, o facto de não ter aproveitado da melhor maneira o ascendente conseguido na sua melhor fase.
Distinguiria o jogo em 4 fases. A primeira, menos interessante e mais dividida, nos primeiros 25 minutos. Depois veio a melhor fase iniciada no impacto emocional que teve o seu primeiro remate mais perigoso, por Izmailov. Aí o Sporting foi esclarecido com bola, e pressionante quando a perdia, mantendo o jogo em permanência junto da área do Paços, numa fase que teve o intervalo pelo meio (e a alteração de Romagnoli por Pereirinha) e durou até aos 60 minutos. Foi, novamente, o efeito emocional de uma jogada que marcou nova viragem no jogo. Uma descida do Paços abriu nova fase, com o Sporting a perder capacidade dominadora, não conseguindo fazer o melhor uso da posse de bola e permitindo que o Paços colocasse mesmo em perigo o empate. Nos últimos 10 minutos, manteve-se a menor clarividência ofensiva do Sporting, com um jogo mais directo, mas com o Paços mais baixo e encolhido, na ânsia de segurar o precioso ponto.
Nota finalmente para o papel positivo de Postiga e Liedson, apesar da ineficácia ofensiva. No caso de Postiga, ficou ainda a ideia de que Paulo Bento tem uma nova solução para poder usar nas costas dos avançados, nas fases de maior aventureirismo ofensivo.

Paços – Uma nota para o Paços que vinha apresentando um registo defensivo preocupante. Frente ao Sporting a prestação foi francamente melhor e só isso permitiu que conseguisse manter o nulo. É crucial que Paulo Sérgio consiga manter esta evolução defensiva até porque, seja para que equipa for, a segurança defensiva é o ponto de partida fundamental para que se consiga triunfar numa prova de regularidade.

Rochemback – Desde a pré temporada que tenho vindo a falar da integração de Rochemback. O jogador aparece agora a jogar na posição 6 do losango mas, francamente, parece-me um desperdício para as suas capacidades. Neste particular há mais uma daquelas ideias que se difundem como se fossem verdades absolutas mas que estão desprovidas de fundamento – a de que Rochemback tem de jogar no meio. Um recuo até à sua primeira passagem pelo Sporting leva-nos a um protagonismo assumido como interior num meio campo em losango e não como 6. Aliás, penso que Rochemback deve ser utilizado nessa posição mas ao lado de um 6 que não pretenda ser o dono da primeira fase de construção (como é o caso de Veloso). Nesta linha de raciocínio sou mais partidário da opção que Paulo Bento adoptou no inicio de temporada, com Moutinho a 6 e Rochemback a interior. Com Veloso, será outra questão...

Mau futebol – Termino por falar no chavão do momento, o “mau futebol”. Paulo Bento afirmou que está na moda dizer que o Sporting joga “mau futebol” e eu digo que está mesmo. O que existe realmente e se sente muito claramente é um desgaste de um público que gosta da mudança e que se farta facilmente dos protagonistas e das suas ideias. Não tem havido um futebol vistoso nos últimos jogos, é verdade, mas isso não é sinónimo de “mau futebol” e quem não percebe essa diferença, na minha opinião, não revela grande conhecimento sobre este jogo.

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