12.9.13

Os mais desequilibradores da liga, análise (Jorn. 3)

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Como nota prévia, convém definir o critério utilizado para a contabilização das assistências, que pode ter diferentes interpretações. Aqui, a ideia é considerar como "assistência" toda a acção cuja implicação directa seja colocar um jogador da mesma equipa numa situação privilegiada de finalização. Assim, "ganhar" um penalti é contabilizado como assistência, assim como uma finalização que preceda um golo de recarga simples. Por outro lado, o último passe que antecede uma jogada individual ou um remate de longa distância que resulte em golo não é considerado como assistência, por não ser considerada um situação privilegiada de finalização.



Jackson - Não teve uma grande eficácia face às ocasiões que teve ao seu dispor, e esse parece ser sempre o critério mais valorizado pelos adeptos. Eu, pessoalmente, acho que essa é uma visão errada do rendimento dos avançados, não porque a eficácia não seja relevante, mas porque um bom avançado se distingue também pela capacidade de criar ou chamar a si mais ocasiões de golo. Aliás, creio que esse seja mesmo o ponto mais relevante, já que a eficácia tem tendência a ser volátil no curto prazo e relativamente estável no longo prazo, mesmo numa comparação jogador-a-jogador.
Os números de Jackson atestam da sua qualidade, sobretudo nesse aspecto de chamar a si várias ocasiões, e revelam também a sua enorme importância no modelo de jogo, já que é o jogador referência para as acções colectivas. Jackson, sozinho, finalizou mais de metade das ocasiões que a equipa criou, incluindo as que culminaram em penaltis. A sua capacidade individual e as características da sua função no contexto colectivo tornam-no no mais forte candidato, e a meu ver com alguma diferença, a melhor marcador do campeonato (penaltis à parte, claro).

Quintero e Markovic - São os dois grandes talentos revelados nestes primeiros jogos. Não se pode dizer que seja totalmente inesperado, para quem viu o Mundial sub 20 de Quintero, ou a pré época de Markovic, no entanto o rendimento de ambos tem de superar qualquer expectativa, se tivermos em conta o escasso tempo de jogo a que os dois tiveram acesso. Quintero, com apenas 90' jogados, aparece mesmo já destacado entre todos os jogadores da liga no número de ocasiões criadas, tendo para além disso marcado um importante golo em Setúbal. Markovic não terá sido protagonista de um número tão elevado de jogadas de grande perigo, mas teve ainda menos tempo para o fazer. Ambos deverão passar a ter mais minutos nas próximas jornadas, e se é improvável que mantenham o rendimento em termos de média por minuto jogados, há certamente a expectativa de afirmem o seu estatuto entre as principais figuras da prova.

Alas do Sporting - Já havia referido nas diversas análises aos jogos do Sporting que no excelente desempenho ofensivo da equipa há uma forte relevância das acções pelos corredores laterais do campo, em particular dos cruzamentos. Entre os jogadores que ocuparam essa zona do terreno, apenas Cedric não justifica destaque ofensivo, sendo que o próprio Montero conseguiu os seus golos na sequência de cruzamentos.

Cardozo - É a grande revelação entre os jogadores das equipas de menor projecção. De facto, enquanto o seu homónimo, e também paraguaio, faz manchetes por outros motivos, é o Cardozo do Bonfim quem tem impressionado dentro do campo nestas três primeiras jornadas. Depois de ter dado nas vistas logo no arranque do campeonato, com uma grande exibição na recepção ao Porto, Cardozo voltou a ter uma grande tarde, desta vez em Guimarães, com envolvimento directo em 3 dos 4 golos da equipa. É um jogador que chega tarde a Portugal, mas que poderá pelo menos vir a ter um lugar especial entre os adeptos sadinos, sucedendo a Meyong como grande referência da equipa.

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