26.9.13

De Quintero a A.Martins: o tempo para desequilibrar

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Os dados dizem respeito a todos os jogos oficiais da época 13/14 e incluem apenas jogadores dos 3 "grandes". Importa relativizar a importância dos resultados devido ao ainda escasso tempo jogado, o que oferece um grande potencial a um só jogo, bom ou mau, para influenciar este tipo de análise. Por outro lado, porém, há jogadores que já têm uma quantidade importante de minutos jogados, o que é especialmente válido para o Porto que, com a presença na supertaça, foi a equipa com mais jogos até ao momento. Outro dado importante a ter em conta é o caso das bolas paradas, já que há jogadores que podem ser beneficiados nesta análise pela oportunidade que tiveram de marcar cantos ou livres indirectos nas respectivas equipas. Já as grandes penalidades não estão aqui incluídas.

Relativamente aos resultados, destaque para as unidades mais desequilibradoras do Porto. Quintero, pelo pouquíssimo tempo que precisou para criar impacto nos jogos em que interveio, mas sobretudo Jackson e Lucho, por manterem uma elevadíssima capacidade de influência ao fim de uma quantidade de tempo já algo relevante. No Sporting, sem surpresa, a boa prestação dos extremos e de Montero, enquanto que no Benfica o protagonismo está mais diversificado, o que se compreende pelas mudanças já operadas no onze base de Jorge Jesus. Destaque ainda para a presença de jogadores mais defensivos neste "ranking", como Danilo, Jefferson e Garay, sendo o caso de Siqueira menos relevante pelo pouco tempo jogado.

A minha principal nota, porém, vai para a divergência entre esta análise e o que me parece ser a percepção geral ao fim destes primeiros jogos. Em particular, creio existir um impacto muito forte da eficácia na apreciação que é formulada sobre cada jogador, o que gera depois uma ideia errada relativamente à sua real frequência desequilibradora. Ou seja, os jogadores que marcaram golos tiveram uma projecção muito maior do que aqueles que não o fizeram, mesmo que no total não tenham contribuído tanto para uma maior proximidade das respectivas equipas com o golo. E esta percepção parece-me equivocada porque, a prazo, a eficácia tende a estabilizar de jogador para jogador. Ou seja, perante a escassez de tempo ainda jogado diz-nos bem mais sobre o futuro a frequência com que um jogador cria ou finaliza ocasiões, do que a sua eficácia no mesmo período. Por exemplo, Lima surgiu algo penalizado por não ter feito mais golos nas primeiras jornadas, mas a sua capacidade desequilibradora foi bastante boa, sendo provavelmente uma questão de tempo até que a sua eficácia venha a estabilizar. Por outro lado, casos como Licá, André Martins ou mesmo Djuricic ganharam grande notoriedade pela participação directa em golos das suas equipas, mas tal justifica-se apenas por um bom aproveitamento das ocasiões em que foram intervenientes, não havendo correspondência real na frequência com que aproximaram as respectivas equipas do golo.

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