Tacticamente, e por entre as coisas que nunca mudam, também sobressaem as diferenças. Desde logo o sistema, introduzindo o 4-2-3-1 que trouxe de Madrid, em vez de recuperar os sistemas "mono-pivot" que sempre o acompanharam na primeira experiência em Stamford Bridge. Curioso que a opção a este nível parece ter a ver com a evolução ideológica do próprio treinador, muito mais do com uma adaptação ao contexto específico que vai encontrar - já em 2004, implementara em Londres os sistemas que utilizara no Porto.
Mas com Mourinho também viaja sempre a sua marca, reflectida na forma como a equipa sabe valorizar os momentos tácticos e espaços essenciais para tirar vantagem, quer a atacar quer a defender. E esse é, para já, o ponto forte deste Chelsea 13/14 que, ainda jovem, parece ter ainda um longo caminho a percorrer até atingir o ponto ideal. Mourinho idealizou um meio campo móvel e criativo, mas sem que a equipa apresente ainda grande fluidez na sua dinâmica, nomeadamente pela propensão dos três elementos criativos para procurar a bola e o corredor central, o que quando acontece em simultâneo priva a equipa de um bom equilíbrio colectivo, na ocupação dos espaços ofensivos (sobretudo à largura, mas também na profundidade). A estes, junta-se ainda Lampard, que tem liberdade para seguir o seu apurado instinto ao longo do corredor central, relegando Ramires para um papel mais posicional. Sobre Lampard, só espero que não se volte a cometer o erro de se discutir o BI em vez de se discutir o jogador...
Depois de uma abertura tranquila mas também pouco impressionante, seguem-se dois jogos muito diferentes, que serão também os primeiros testes à versão 1.0 do Chelsea 13/14.